quarta-feira, 15 de julho de 2015

Por que os atletas brasileiros estão batendo continência no pódio do Pan? UOL

No judô, a maioria dos atletas do Brasil que subiu ao pódio repetiu um gesto. Quando a bandeira verde e amarela era hasteada, batiam continência. Estando o atleta em primeiro, segundo ou terceiro lugar. Com o hino brasileiro tocando ou não. O mesmo aconteceu nas provas de natação neste Pan-Americano de Toronto.
O motivo? Todos são militares e receberam treinamento para isso. Segundo a judoca Mayra Aguiar, atual campeã mundial e que saiu dos Jogos Pan-Americanos de Toronto com uma medalha de prata, foi feito um pedido dos militares à delegação brasileira para isso.
"Na verdade, eles pediram pra fazer. Mas é uma coisa da gente. A gente ficou na iniciação um mês, lá dentro. Aprendeu muita coisa e pegou o espírito do militarismo", diz Mayra, terceiro sargento da Marinha.
Outros atletas negaram que seja uma exigência. "Represento o Exército brasileiro. Somos ensinados que, sempre que o hino toca, o militar, por respeito, tem de bater continência e ficar em posição de sentido. É uma forma de respeito pela minha bandeira e meu país", completa Léo de Deus, campeão dos 200m borboleta.  "É pelo orgulho que temos de representar as Forças Armadas", completa o também judoca Luciano Correa.
A questão polêmica é como a continência é percebida. Algumas pessoas verão razões políticas no gesto militar. Outros, mais céticos, olham para a mão erguida ao lado da cabeça, ouvem o discurso dos atletas e levam o raciocínio para outro caminho: as Forças Armadas são patrocinadores. Os atletas recebem salários. Fazer propaganda ou manifestar-se politicamente é proibido em eventos como o Pan. Principalmente na cerimônia de medalhas.
"Além de representar o Exército, eles ajudam bastante. Fazem de tudo para dar suporte, não pegam no nosso pé. Deixam a gente trabalhar tranquilo", fala Léo de Deus. "É um orgulho poder prestar essa homenagem e lembrar quem está nos ajudando", diz Mayra.

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