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sexta-feira, 31 de julho de 2015
UM TEXTO DE RONALD MENDONÇA
VERMES
RONALD MENDONÇA
MÉDICO. MEMBRO DA AAL
Diferentemente dos americanos
que, de quando em vez,têm um presidente assassinado, a maior tragédia que os brasileiros sentiram
na carne foi o suicídio do presidente Getúlio Dornelles Vargas, em 24 de agosto
de 1954. Na verdade, nós temos PhD na convivência com presidentes amorais.
Guardo algumas incertas
lembranças. Era uma manhã chuvosa. Meu
irmão Robson e eu pegamos o ônibus, quase na porta da nossa casa, em Bebedouro,
onde residíamos. Ao chegarmos no Colégio Diocesano tomamos conhecimento do
fato. Não tínhamos ligações com a política.
Meu pai não era getulista. Ele detestava
ditaduras e as arbitrariedades delas decorrentes. (Aprendi com ele muito do que
hoje é o meu modo de pensar.) Por isso, conhecia muito mais a figura do Getúlio
pelas fotografias nos estabelecimentos comerciais do bairro. Ouvira, algumas
vezes, algum discurso seu (talvez pela “Voz do Brasil”), facilmente
identificável pelo jargão “Trabalhadores do Brasil...
Com o tempo, o suicídio de
Getúlio passaria a ser focado do ponto de vista psiquiátrico e humano. Com
efeito, o organicista Zé Lopes pensava considerar o inopinado e brutalepílogo
como algo quase esperado numa biotipologia pícnica. A morte com direito a
“carta-testamento”quase o beatificara.
Sem o refinamento kretshmeriano
do meu saudoso pai, detenho-me nos historiadores idôneos. Para estes, os
discursos do parlamentar Afonso Arinos de Mello Franco foram muito mais (ou tão
quanto) demolidores que os artigos do ex-comunista Carlos Lacerda. Aliás, Mello
Franco ficaria tão traumatizado com o suicídio do seu adversário que ordenou
retirar, dos arquivos do Congresso, seu último explosivo discurso, proferido um
dia antes da tragédia.
É risível quando alguém quer emparelhar
a moral de um Getúlio Vargas,a de uma Dilma Rousseff ou de um Luiz Inácio.
Tento imaginar Vargas recebendo notícia dos desfalques na Petrobrás. O fato é que o tumulto político que precedeu o
dramático desfecho teria sido de dolorosas descobertas para o velho caudilho.
Num dado momento, coberto de vergonha (GV tinha vergonha na cara), confirma as
tramoias do próprio filho e dos que o cercavam.
Testemunhas relataram seus
silenciosos prantos nas janelas do Catete. O mito desabara. Acabrunhado, o
emérito frasista, contudo, ainda resistia. Pobre Vargas. Cunharia estar cercado
por um “Mar de Lama”. Sabia como livrar-se dos inimigos.Não estava nos seus
planos voltar de São Borja para conviver com tantos vermes a seu redor.
Garrafas em chinês e indonésio são achadas perto de destroço de avião Autoridades analisam se peça é do voo MH370, que sumiu em 2014.. G1
Uma garrafa com inscrições em chinês e outra em indonésio foram encontradas nesta sexta-feira (31) perto da praia da ilha francesa de Reunião, no Oceano Índico, onde na quarta-feira (29) surgiu um pedaço de um avião que pode pertencer ao boeing do voo MH370 de Malaysia Airlines que sumiu em março de 2014.
No local apareceu também ontem uma mala que é analisada pelos investigadores.Segundo o meio digital da ilha, o "Linfo.re", se trata de uma garrafa de água com a etiqueta em chinês e de um produto de limpeza indonésio, encontrados perto do local no qual apareceram os destroços do avião.
Os destroços de avião achados na quarta-feira passada vão ser levados esta mesma noite para um laboratório especializado da Aeronáutica francesa situado em Toulouse, no sul do país.
Investigações
As autoridades australianas envolvidas na busca do avião Boeing 777disseram nesta sexta-feira (31) estarem "cada vez mais convencidas" de que o resto de asa encontrado na ilha francesa da Reunião pertence à aeronave.
As autoridades australianas envolvidas na busca do avião Boeing 777disseram nesta sexta-feira (31) estarem "cada vez mais convencidas" de que o resto de asa encontrado na ilha francesa da Reunião pertence à aeronave.
"Estamos cada vez mais convencidos de que os destroços são do MH370", declarou à AFP o diretor do Escritório Australiano de Segurança dos Transportes, referindo-se ao número do voo do avião desaparecido da Malaysia Airlines.
"Continuaremos trabalhando com nossos companheiros franceses e malaios para analisar a informação disponível, já que ainda não estamos 100% seguros, mas esperamos alcançar esse grau de confiança muito rapidamente (...) nas próximas 24 horas", antecipou.
Garrafa de sabão líquido feita na Indonésia foi encontrada ao lado de destroço de avião na Ilha de Reunião, no Oceano Índico, em foto desta sexta-feira (31) (Foto: Zinfos974/Prisca Bigot/Reuters)
Autoridades francesas analisam suposta parte de avião da Malaysia Airlines, na ilha de Reunião, nesta quinta-feira (30) (Foto: Zinfos974/Prisca Bigot/Reuters)
Se forem levadas em consideração as projeções da deriva do avião em função das correntes marinhas, "estamos convencidos de que procuramos no lugar correto", afirmou o ministro australiano dos Transportes, Warren Truss.
"A confirmação de que os fragmentos do avião descobertos na Reunião são os do [voo] MH370 reforçará a ideia de que estamos no lugar correto", completou.
Relembre o caso
O voo MH370 da Malaysia Airlines, um Boeing 777-200, decolou de Kuala Lumpur na madrugada do dia 8 de março com 239 pessoas a bordo e deveria chegar a Pequim seis horas mais tarde. Quarenta minutos após a decolagem, o avião desapareceu subitamente das telas do radar.
O voo MH370 da Malaysia Airlines, um Boeing 777-200, decolou de Kuala Lumpur na madrugada do dia 8 de março com 239 pessoas a bordo e deveria chegar a Pequim seis horas mais tarde. Quarenta minutos após a decolagem, o avião desapareceu subitamente das telas do radar.
UM TEXTO DE RICARDO NOBLAT - JBF
A REUNIÃO DE DILMA COM OS GOVERNADORES
Como era previsível, deu em nada a reunião de Dilma com 26 governadores e um vice-governador – o do Mato Grosso do Sul. O governador de lá tinha mais o que fazer e não foi à Brasília.
Dilma pretendia engajar os governadores no esforço de evitar que o Congresso aprove a criação de novas despesas. Ou o que o governo prefere chamar de “pauta bomba”.
Os governadores prometeram que o farão. Ocorre que eles não mandam nos deputados federais. Muito menos nos senadores. E assim…
Ela imaginou atrair os governadores para a defesa do seu mandato, num claro repúdio a qualquer pretensão de tirá-la do poder antes da hora.
A maioria deles driblou o assunto.
Mais uma vez, Dilma atribuiu a crise econômica a fatores que escapam à responsabilidade do governo. E justificou-se: as promessas de campanha foram feitas em outro cenário econômico.
Mentiu de novo, pois.
Os governadores ouviram calados.
Eles queriam um acordo sobre a reforma do ICMS. Foram embora sem conseguir.
Daqui a uma semana, ninguém mais se lembrará da reunião.
Uma semana?
Estou sendo otimista.
Em junho de 2013, surpreendida pelas multidões que foram às ruas protestar contra tudo e contra todos, Dilma reuniu os governadores para ouvi-la prometer a realização de cinco “pactos nacionais”. Um deles para combater a violência urbana.
A promessa jamais foi cumprida.
TEXTO DE EDUARDO BOMFIM - GAZETA DE ALAGOAS
Males de origem
Por: » EDUARDO BOMFIM – advogado
A grande mídia hegemônica, em suas poucas variantes, possui um currículo invejável e com raríssimas exceções detém a marca invejável de ter participado de todas as conspirações contra a legalidade constitucional da História contemporânea do País.
Em período recente, movimentou-se febrilmente contra o governo popular, nacional desenvolvimentista de Getúlio Vargas em 1954, aliada às forças mais retrógradas, alinhadas aos setores subordinados à opção da dependência irrestrita econômica geopolítica brasileira.
Apoiaram, em outras épocas, a nefasta teoria de Gobineau, misto de antropólogo, sociólogo, diplomata francês que, armado de falsas teses científicas, alardeava aos quatro cantos do mundo que o Brasil, por condição de nação tropical, infestado de doenças típicas do clima, associado a uma mestiçagem promíscua de raças – negros, índios, europeus – estaria condenado ao subdesenvolvimento inevitável.
Daí, empalmaram a surreal ideia, junto a intelectuais colonizados da época, do embranqueamento nacional através
de ondas maciças de imigrantes europeus como atenuante aos “nossos males de origem” e, apesar de condenados pela nossa formação antropológica, as coisas podiam ser ao menos minimizadas.
Superado tamanho disparate científico, agarram-se a outros temas, como a destinação do nosso eterno purgatório à dependência econômica estrutural por
razões de grande atraso em nosso salto ao desenvolvimento capitalista moderno que, com muita sutileza e duvidosa sofisticação acadêmica foi recauchutada pelo “príncipe da sociologia brasileira”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
No período autoritário de 1964, a mídia oligárquica promoveu, como vanguarda do retrocesso, o arbítrio em curso ao lado de vários setores das elites civis do País.
Produziram uma falsa revisão de suas posições da época, mas a verdade é
que, além de crescerem espetacularmente no período ditatorial de 21 anos, suas intenções jamais foram de autocrítica, pretendem continuar na senda autoritária de um cosmopolitismo subalterno que nunca abandonaram.
Hoje, mais uma vez agem contra a legalidade constitucional a democracia, os interesses da nossa soberania, o desenvolvimento efetivo do País. Urge, além da luta pela sagrada liberdade de opinião e expressão, intensa defesa da Constituição e da nação, ameaçadas.
Em período recente, movimentou-se febrilmente contra o governo popular, nacional desenvolvimentista de Getúlio Vargas em 1954, aliada às forças mais retrógradas, alinhadas aos setores subordinados à opção da dependência irrestrita econômica geopolítica brasileira.
Apoiaram, em outras épocas, a nefasta teoria de Gobineau, misto de antropólogo, sociólogo, diplomata francês que, armado de falsas teses científicas, alardeava aos quatro cantos do mundo que o Brasil, por condição de nação tropical, infestado de doenças típicas do clima, associado a uma mestiçagem promíscua de raças – negros, índios, europeus – estaria condenado ao subdesenvolvimento inevitável.
Daí, empalmaram a surreal ideia, junto a intelectuais colonizados da época, do embranqueamento nacional através
de ondas maciças de imigrantes europeus como atenuante aos “nossos males de origem” e, apesar de condenados pela nossa formação antropológica, as coisas podiam ser ao menos minimizadas.
Superado tamanho disparate científico, agarram-se a outros temas, como a destinação do nosso eterno purgatório à dependência econômica estrutural por
razões de grande atraso em nosso salto ao desenvolvimento capitalista moderno que, com muita sutileza e duvidosa sofisticação acadêmica foi recauchutada pelo “príncipe da sociologia brasileira”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
No período autoritário de 1964, a mídia oligárquica promoveu, como vanguarda do retrocesso, o arbítrio em curso ao lado de vários setores das elites civis do País.
Produziram uma falsa revisão de suas posições da época, mas a verdade é
que, além de crescerem espetacularmente no período ditatorial de 21 anos, suas intenções jamais foram de autocrítica, pretendem continuar na senda autoritária de um cosmopolitismo subalterno que nunca abandonaram.
Hoje, mais uma vez agem contra a legalidade constitucional a democracia, os interesses da nossa soberania, o desenvolvimento efetivo do País. Urge, além da luta pela sagrada liberdade de opinião e expressão, intensa defesa da Constituição e da nação, ameaçadas.
"Fui obrigada a casar com o meu estuprador aos 13 anos". UOL
Era um dia de sol e eu, uma menina de 13 anos, voltava da feira com uma amiga. No meio do caminho, fiquei apertada e ela disse que poderíamos usar o banheiro na academia de um amigo, o Abapuru*. Lá, deixei os legumes no chão, fiz xixi e já estava pronta para sair quando percebi que minha colega tinha ido embora e as portas estavam trancadas. Meu coração disparou. Abapuru, um homem troncudo de 35 anos, veio na minha direção e me impediu de sair. Ele me beijou à força enquanto eu chorava e tentava escapar, aterrorizada. Aí, rasgou minhas roupas, me bateu e me estuprou. Ele se colocou dentro de mim de todos os jeitos, sem dó. Amarrou meus braços e me espancou por uma hora, até ficar satisfeito.
Quando uma coisa dessas acontece, a gente imagina que o canalha tem que ir pra cadeia e virar mulher de outros presos lá. Mas isso é hoje. Nos anos 80, quando fui estuprada, a lei era outra. A chamada Justiça permitia que o agressor se casasse com a vítima, mesmo ela sendo menor de idade, para “corrigir” o crime. Afinal, que homem se casaria com uma mulher usada, como eu fui? É uma lógica distorcida, mas era assim que as coisas funcionavam...
Esse arranjo era permitido pela lei e livrava o agressor da cadeia
Dilma é honrada e não está envolvida em corrupção, diz FHC - UOL
- Fabio Braga - 24.mar.2015/FolhapressO ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso
Em entrevista a revista alemã, Fernando Henrique Cardoso afirma que escândalos começaram no governo Lula, a quem ele atribui responsabilidade política pela atual crise no Brasil.
Em entrevista à revista alemã de economia Capital, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu a presidente Dilma Rousseff, afirmando que ela não está envolvida no escândalo de corrupção na Petrobras.
"Não, não diretamente. Mas o partido dela, sim, claro. O tesoureiro está na cadeia", afirma FHC em entrevista publicada - em alemão - na edição deste sábado (01/08) da revista. "Eu a considero uma pessoa honrada, e eu não tenho nenhuma consideração por ódio na política, também não pelo ódio dentro do meu partido, [ódio] que se volta agora contra o PT."
FHC atribui ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a responsabilidade política pelo escândalo de corrupção na Petrobras. "Os escândalos começaram no governo dele", argumenta. "Tudo começou bem antes, em 2004, com o Lula, com o escândalo do mensalão."
Questionado se Lula estaria envolvido, FHC responde: "Não sei em que medida. Politicamente responsável ele é com certeza. Os escândalos começaram no governo dele".
O ex-presidente, uma das principais lideranças do PSDB, afirma que era impossível que Lula não soubesse do mensalão. "Para colocá-lo atrás das grades, é necessário haver algo muito concreto. Talvez ele tenha que depor como testemunha. Isso já seria suficientemente desmoralizante", comenta.
Mas FHC afirma que seria ir longe demais colocar Lula na cadeia: "Isso dividiria o país. Lula é um líder popular. Não se deve quebrar esse símbolo, mesmo que isso fosse vantajoso para o meu próprio partido. É necessário sempre ter em mente o futuro do país."
Em outro ponto da entrevista, FHC elogia Lula. "Ele certamente tem muitos méritos e uma história pessoal emocionante. Um trabalhador humilde que conseguiu ser presidente da sétima maior economia do mundo."
Mais adiante, FHC afirma que Lula era como um Cristo. "Eles fizeram dele um deus, mas ele apenas levou adiante a minha política."
FHC diz ainda que há um lado bom na atual crise. "Os cidadãos veem: as instituições funcionam - Ministério Público, Polícia Federal, toda essa operação Lava Jato.
Advogada diz que encerrou carreira devido a ameaças de membros da CPI. g1
A advogada Beatriz Catta Preta afirmou em entrevista ao repórter César Tralli, na edição desta quinta-feira (30) do Jornal Nacional, que decidiu deixar os casos dos clientes que defendia na Operação Lava Jato porque se sentia ameaçada e intimidada por integrantes da CPI da Petrobras. Ela disse que, devido às supostas ameaças, fechou o escritório e decidiu abandonar a carreira.
Após a aprovação no último dia 9 do requerimento que a convocou para depor à comissão, a advogada desistiu de continuar defendendo três clientes que fizeram acordo de delação premiada no âmbito da investigação do esquema de corrupção na Petrobras. A CPI quer que ela explique a origem do dinheiro recebido a título de honorários.
quinta-feira, 30 de julho de 2015
HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA - Carlito Lima
FÉRIAS NO RIO DE JANEIRO
Não
houve planejamento de roteiro, parávamos onde bem entendíamos, dormíamos no
primeiro hotel ao anoitecer, quando alguém cansava na direção, outro assumia,
assim nós quatro amigos viajamos de carro, passar férias de verão no Rio de
Janeiro, corria a maravilhosa década de 1970.
No
interior da Bahia pernoitamos no Hotel Familiar. Os preços das diárias fixados
em um quadro negro: “QUARTO COM PINICO: CR$ 5,00”. “QUARTO SEM
PINICO:C$ 4,00”. A foto dessa pérola brasileira foi perdida.
Chegamos ao Rio cansados, direto ao
apartamento do Cáo, Rua São Salvador, Flamengo, a Embaixada de Alagoas. Sempre
havia um colchão.
Naquela
época funcionava a Casa das Alagoas, associação assistencial aos alagoanos
radicados no Rio de Janeiro. Ponto de encontro, matar saudades, unir a tribo
caeté. Roberto, presidente da associação, havia ganho uma eleição
disputadíssima contra Ronaldo, programou um roteiro de festas para aquele fim
de semana.
No sábado estava marcado um
pré-carnavalesco, "Baile Vermelho e Preto” no Clube de Regatas Flamengo. Embaixo
do edifício fervilhava botecos, bares, ponto de encontro da esquerda festiva,
cheios. As meninas iam se achegando, começavam as paqueras. Todos vestidos com
camisas rubro - negras, inclusive tricolores, vascaínos, botafoguenses.
Partimos para a sede do Flamengo.
Roberto, organizado, comprou os ingressos antecipadamente.
Na hora da entrada faltou ingresso para Sandoval, carioca, morou em Alagoas, sentia-se
alagoano. O Clube cheio, não havia mais ingressos à venda.
Ficamos matutando como resolver o problema da entrada de Sandoval,
procuramos cambista ou quem quisesse vender um ingresso, nada. O tempo
passando, nós, agoniados, perdendo o baile cheio de mulheres bonitas.
De repente
Roberto observou um caminhão fazendo manobras, tentando entrar pelo portão lateral,
gritou, "Encontrei a solução! Venha cá Sandoval!”. Partiram em direção ao caminhão.
Confabularam com o motorista. Roberto voltou alegre, tudo resolvido: Soltaram
uma grana, colocaram nosso amigo por trás do caminhão frigorífico que levava
gelo à festa.
Entramos
satisfeitos, acompanhados por lindas cariocas. A orquestra tocava o hino do Rio
de Janeiro:
“Cidade
Maravilhosa... Cheia de Encantos mil... Cidade Maravilhosa... Coração do meu
Brasil ...”
O
baile fervia animado. Depois de algumas voltas encontramos Sandoval no bar tomando
conhaque, molhado, batia o queixo. Vinte minutos dentro do frigorífico do
caminhão; quase morre congelado. Empurramos o carioca para o salão, sambamos
até o dia amanhecer com charmosas rubro-negras.
No domingo
pela manhã, marcamos encontro na Praça General Osório. Maior expectativa, desfilar
na Banda de Ipanema. Roberto havia providenciado uma ala para os alagoanos.
Nossa fantasia, sunga de banho de mar, tamanquinho de praia e uma toalha em
volta do pescoço para abastecer de lança-perfume.
Começamos
a esquentar as baterias num bar perto da praça. Uma festa reencontrar velhos
amigos. O bar lotado, nossa mesa das mais concorridas, meninas bonitas, namoradas,
paqueras. Era só alegria, felicidade e carnaval.
Em certo
momento Sandoval sentiu fortes cólicas, talvez consequência da friagem do
frigorífico, foi se esvair no acanhado e sujo banheiro. Depois dos serviços,
depois de ter obrado, voltou à mesa. Pagamos a conta, levantamos, na partida,
pela primeira vez alguém reclamou:
“Eita
fedor de merda! Alguém pisou em bosta!”
Olharam
no solado dos tamancos, nenhum vestígio de cocô. Nessa altura havia uma
multidão na Praça General Osório. A Banda animada tocava o samba:
“Nesse
carnaval não quero mais saber... de brigar com você... vamos brincar
juntinhos... água na boca para quem ficar sozinho... as nossas brigas... não
podem continuar... porquê nosso amor não pode se acabar...”
Nosso grupo
animado, ala cheia de mulheres bonitas, contrastava com o cheiro de merda no
ar. Até que a fonte fedorenta foi descoberta, Sandoval. Na hora do serviço,
parte do tolete lançado no sanitário caiu na sunga. Ele, sem sentir, vestiu-a
novamente. Infestou-se de cocô.
A Banda
de Ipanema acabou-se à noite. Programamos terminar a farra no Alkazar,
Copacabana. Enfrentamos um ônibus lotado, muita gente em pé, se acotovelando. A
certa altura um passageiro gritou:
-“Motorista
pare! Alguém cagou dentro do ônibus!!!”
Resumindo
a história, Sandoval preso, fomos à Delegacia, solidariedade ao cagão. O
delegado soltou Sandoval depois de tomar um banho com sabugo.
Terminamos a noitada às gargalhadas no
Alkazar, relembrando as façanhas, namorando as belas cariocas até o fim das Férias
no Rio de Janeiro.
UM TEXTO DE ALBERTO ROSTAND
AGORA TAMBÉM SOU CIDADÃO DE CAICÓ
Alberto Rostand Lanverly
Membro das Academias Maceioense e Alagoana de Letras e do IHGAL
Quando eu era ainda bem jovem, certa vez abri um livro antigo e em suas páginas aprendi que a alegria é um sentimento tão importante que não pode ser substituído por nenhum outro. Dias atrás, na cidade natal de minha mãe, Marlene, vivenciei um destes grandes momentos do meu viver.
Nascido e batizado em Natal, criado em vários municípios alagoanos, onde meu pai exercia a magistratura, cidadão do mundo, por direito adquirido através dos inúmeros países onde realizei cursos de especialização ou fiz turismo, todavia, Caicó sempre foi meu Porto Seguro. Foi ali, que sempre retemperei minhas forças e cultivei o mais puro dos sentimentos, o amor sem fronteiras, inspirado nos exemplos de meus antecessores com quem convivi: os bisavós Martinho Elpídio de Medeiros, Pércia Leite de Medeiros e Anália Dantas Fernandes, mas, sobretudo, na intimidade de Francisco Dantas Fernandes e Márcia de Medeiros Fernandes, (vovô Chiquinho e vovó Bazinha) que, juntamente com meu tio Dedé e as seis tias potiguares me mostraram ser a família a retaguarda mais tranquila que se pode possuir.
Em minha infância e juventude, sempre vivi, o ano inteiro, contando os dias que me separavam do mês de janeiro, das férias letivas, ou de julho quando demandava novamente a Caicó para render homenagens a Sant’Ana, nossa insigne Padroeira, além de rever os amigos, desde os moradores da Fazenda Angicos – alguns remanescentes de priscas eras e ligados a minha família por laços de amizade e gratidão –, até as dezenas de companheiros de minha idade com quem dividia aventuras e conquistas juvenis.
O título de cidadão honorário que recebi, por iniciativa do estimado primo Odair, com endosso dos edis caicoenses, se vem somar, com merecido destaque às similares homenagens já recebidas em outras plagas.
A partir de agora, sou caicoense, como minha mãe e tantos outros entes queridos. Exibirei, com muito orgulho, o comprovante de meu direito, ora conquistado, de sentir-me seridoense, irmão, portanto, dos índios Caiacós, com destaque maior à indígena Valcacer, minha octavó, batizada com o nome cristão de Custódia para se casar com o português Pedro das Neves, dando origem à família que hoje orgulhosamente integro, pelo lado materno.
Nunca é pouco, agradecer aos senhores representantes dos Poderes Executivo e Legislativo de Caicó, que se fizeram presentes naquela inesquecível solenidade de outorga, dando ênfase especial ao Vereador Odair Diniz. A todos, desejo os mais sinceros agradecimentos pela deferência a mim tributada, com a certeza de que honrarei o título de cidadania recebido.
Ouso dizer, que o fato de ser um noviço Caicoense, azeitou as engrenagens das portas e janelas de meu coração, que sinto, agora se abrem com mais desenvoltura, não somente para a alegria, mas também para a eterna jovialidade, na certeza de que ali se encontra um baú repleto de moedas correntes da permanente felicidade.
TEXTO DE JOSÉ NÊUMANNE PINTO - JORNAL DA BESTA FUBANA
30 julho 2015A COLUNA DE JOSÉ NÊUMANNE PINTO
O ESCÂNDALO É ÚNICO: O BRASIL DE LULA E DILMA
Que WikiLeaks, que Swissleaks, que cartéis mexicano e colombiano de drogas, que Fifagate, que nada! O escândalo top do mundo hoje é outro. Nada se lhe compara em grandeza aritmética, ousadia delituosa ou desrespeito a valores éticos. E é coisa nossa! Embora nada tenhamos a nos orgulhar de que o seja. Ao contrário!
Após se ter oposto ferozmente à escolha de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral para dar início à Nova República; à posse e ao governo de José Sarney, a Fernando Collor, que ajudou a derrubar; ao sucessor constitucional deste, Itamar Franco, de cuja ascensão participou; e a Fernando Henrique Cardoso, o Partido dos Trabalhadores (PT) chegou ao governo federal com seu maior líder, Luiz Inácio Lula da Silva, e se lambuzou no pote de mel do poder sem medo de ser feliz.
O primeiro objetivo caiu-lhe no colo como a maçã desabou sobre a cabeça de Newton. Era de uma obviedade acaciana. Sob crítica feroz da oposição, que o PT comandava, os tucanos privatizaram a Telebrás e, devidamente desossado, o filé apetitoso das operadoras de telefones foi devorado na nova administração. Sob as bênçãos e os olhos cúpidos do padim Lula, a telefonia digital foi entregue a consórcios nos quais se associaram algumas operadoras internacionais, com a experiência exigida no ramo, burgueses amigos e fundos de pensão, cujos cofres já vinham sendo arrombados pelos mandachuvas das centrais sindicais. Nunca antes na história deste país houve chance tão boa para mergulhar na banheira de moedas do Tio Patinhas.
Só que o negócio era bom demais para ser administrado em paz. Logo os concessionários se engalfinharam em disputas acionárias, que mobilizaram a Polícia Federal (PF), a Justiça nacional, os órgãos de garantia de combate a monopólios e até instrumentos de arbitragem internacional. No fragor da guerra das teles, os primeiros sinais de maracutaia dividiram as grandes rotas com os aviões de carreira. Sabia-se que naquele pirão tinha caroço. Mas quem ficou com a parte do leão?
Impossível saber, pois este contencioso está enterrado sob sete palmos de terra. Desde o Estado Novo, os sindicatos operários ou patronais administram sem controle externo caixas que têm engordado ao longo do tempo com a cobrança da Contribuição Sindical, que arrecada um dia de trabalho de todo trabalhador formal no Brasil, seja ou não sindicalizado. Sob a égide de Lula, as centrais sindicais foram incluídas na divisão desse bolo gordo e açucarado. E o sistema financeiro, acusado de ser a sanguessuga do suor do trabalhador, incorporou a esse cabedal os fundos de pensão. Sob controle de dirigentes sindicais, estes ocultam uma caixa-preta que ninguém tem poder nem coragem para abrir.
Só que o noticiário sobre tais episódios foi soterrado pela avalanche de denúncias provocada pelas revelações da Ação Penal (AP) 470, já julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e conhecida popularmente pela denominação que lhe foi dada pelo delator, Roberto Jefferson – o mensalão. Agora, após seu julgamento ter sido concluído e com os réus condenados, este é visto quase como lana-caprina desde a eclosão de outro mais espetacular: a roubalheira do propinoduto da Petrobrás devassada pela Operação Lava Jato. Mas a cada dia fica mais claro que os dois casos se conectam e se explicam.
A importância de elucidar um crime ao investigar outro foi comprovada quando, na Operação Lava Jato, a PF encontrou nos papéis de Meire Poza, contadora do delator premiado Alberto Youssef, a prova de que o operador do mensalão, Marcos Valério, deu R$ 6 milhões ao empresário Ronan Maria Pinto, como tinha contado em depoimento referente à AP 470. Segundo Valério, essa quantia evitaria chantagem de Ronan, que ameaçava contar o que Lula e José Dirceu tinham que ver com o sequestro e morte de Celso Daniel, que era responsável pelo programa de governo na campanha de 2002.
Mas nem esta evidência da conexão Santo André-mensalão-petrolão convence o PSDB a dobrar a oposição do relator da CPI da Petrobrás, Luiz Sérgio (PT-RJ), e levar Ronan a depor, como tem insistido a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP). É que os tucanos articulam uma aliança com o atual dono do Diário do Grande ABC para enfrentar o petista Carlos Alberto Grana na eleição municipal de Santo André. E este corpo mole pode dificultar o esclarecimento da verdade toda.
A Lava Jato já produziu fatos antes inimagináveis, como acusações contra os maiores empreiteiros do País e até a prisão de vários deles. É o caso de Otávio Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, que presidia o Conselho de Administração da Oi na guerra das teles. Isso revela mais um investigado em mais de um escândalo. Como Pedro Corrêa e José Dirceu, acusados de receber propina da Petrobrás quando cumpriam pena pelo mensalão.
A Consuelo Dieguez, em reportagem da revista Piauí, publicada em setembro de 2012, Haroldo Lima, que tinha sido demitido por Dilma da presidência da Agência Nacional de Petróleo, disse que, no Conselho de Administração da Petrobrás, ele, a presidente e o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli só votavam como o chefe mandava. E agora Lula é investigado por eventual lobby para a Odebrecht no exterior em obras financiadas pelo BNDES, a ser devassado em breve numa CPI na Câmara.
E a Lava Jato chegou à eletricidade. Walter Cardeal, diretor da Eletrobrás que acompanha Dilma desde o Rio Grande do Sul, foi citado na delação de Ricardo Pessoa, tido como chefe do cartel do petrolão, acusado de ter negociado doação de R$ 6,5 milhões à campanha da reeleição dela. Othon Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, foi preso ontem, sob suspeita de ter recebido propina.
Teles, fundos de pensão, Santo André, mensalão, BNDES, eletrolão e petrolão não são casos isolados. Eles compõem um escândalo só, investigado em Portugal, Suíça e EUA: é este Brasil de Lula e Dilma.
Nova planta carnívora é descoberta no Brasil graças a foto em rede social. G1
O pesquisador brasileiro Paulo Gonella segura amostra de planta carnívora em visita a montanhas em Minas Gerais (Foto: Carlos Rohrbacher)
Pesquisadores brasileiros descobriram uma nova espécie de planta carnívora depois que uma foto dela foi publicada no Facebook. Paulo Gonella, que estuda plantas do gênero Drosera em seu doutorado pela Universidade de São Paulo (USP), reconheceu se tratar de uma variedade até então desconhecida da ciência só de olhar a imagem compartilhada na rede social por um amigo seu e que, originalmente, foi postada por um orquidófilo após uma caminhada em montanhas próximas da cidade de Governador Valadares, em Minas Gerais.
“Só de ver a foto, a princípio, já deu pra levantar a suspeita de que era uma nova espécie. Ela parecia muito diferente. Entrei em contato com o fotógrafo e três meses depois estávamos viajando para estudá-la. Chegando lá e vendo ao vivo, confirmamos a nossa suspeita”, diz o pesquisador aoG1.
GARI GATA POSA PARA EGO
"Não sei como me descobriram , acho que foram pessoas querendo me zoar, me prejudicar, no Whatsapp com as minhas fotos de gari e terminou que gerou um outro tipo de repercussão. As pessoas gostaram, falaram que é um trabalho digno e me apoiaram. Tomei um susto enorme", disse em entrevista ao EGO.
Rita contou ainda que as fotos, com o uniforme da Comlurb, não desagradou nem aos chefes - de alguns deles chegou a receber elogios. "Alguns chefes estão me apoiando, outros não falaram nada, acho que não tem nenhum que não tenha visto", brincou, "mas ninguém brigou".
Rita Mattos (Foto: Roberto Teixeira / EGO)
Há um ano e meio na empresa, Rita conta que sua rotina é como de uma trabalhadora comum, ou era. Já que, desde que foi 'descoberta', tem dado entrevistas, tirado fotos e respondido aos fãs na internet. A morena dos olhos verdes, 1m64cm, bem distriubuídos em 64kg além de gari agora é modelo. E ela está gostando disso: "Eu sempre gostei de tirar foto, teve uma época da minha vida que até quis trabalhar com isso mas não deu certo e caiu no esquecimento. É um mercado difícil e fechado. Estou gostando, mas estou pensando mesmo em estudar para crescer na vida", conta.
Enquanto isso, Rita vai aproveitando o lado bom da fama. Ela já foi convidada para desfilar na escola de samba Estácio de Sá, no próximo carnaval, e confessa: quer vir com pouca roupa. "Recebi o convite, gostei, estou ansiosa e aguardando qual vai ser a fantasia. Falei pra eles não colocarem muita roupa porque já uso uniforme o ano inteiro. Aquilo pesa quando fica muito quente, então não quero nada pesado", brincou. Para a entrevista, ela também usou o mínimo de roupa possível, um microbiquíni que revelou suas sete tatuagens. "Adoro, se pudesse faria mais, mas daqui a pouco viro um carro alegórico."
Homem esfaqueia participantes de parada gay em Jerusalém. G1
Um homem israelense esfaqueou participantes em uma marcha do Orgulho Gay anual emJerusalém nesta quinta-feira (30), disse a polícia. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas, segundo balanço das autoridades divulgado pela France Presse.
A polícia confirmou que o suspeito de cometer a agressão, que foi detido, é o judeu ultraortodoxo Yishai Schlissel, condenado por esfaquear três pessoas numa parada gay em 2005. Ele saiu da prisão recentemente, após cumprir 10 anos de prisão.
O ataque foi condenado pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em um comunicado oficial.
Um judeu ultraortodoxo ataca pessoas com uma faca na Parada Gay de Jerusalém nesta quinta-feira (30) (Foto: Sebastian Scheiner/AP)
"É um caso muito grave e levaremos perante a justiça os responsáveis por este ato. No Estado de Israel, a liberdade de escolha do indivíduo é um dos valores básicos. Devemos garantir que em Israel todo homem e toda mulher vivam com segurança quaisquer que sejam suas escolhas", disse o líder no comunicado.
Paramédicos atendem pessoa atacada com faca durante a Parada Gay de Jerusalém nesta quinta-feira (30) (Foto: Sebastian Scheiner/AP)
O Magen David Adom, o equivalente à Cruz Vermelha, indicou que um dos feridos está em estado crítico, enquanto os três outros foram feridos sem gravidade.
A marcha tem sido um foco de tensão entre a maioria predominantemente secular de Israel e a minoria judaica ultraortodoxa, que se opõe a demonstrações públicas de homossexualidade.
Policiais tentam conter um judeu ultraortodoxo que atacava pessoas com uma faca na Parada Gay de Jerusalém nesta quinta-feira (30) (Foto: Sebastian Scheiner/AP)
Pessoas desarmam o judeu ultraortodoxo que atacou participantes da parada gay com uma faca em Jerusalém, Israel. Seis pessoas ficaram feridas no ataque (Foto: Amir Cohen/Reuters)