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sexta-feira, 31 de julho de 2015

"Fui obrigada a casar com o meu estuprador aos 13 anos". UOL

Era um dia de sol e eu, uma menina de 13 anos, voltava da feira com uma amiga. No meio do caminho, fiquei apertada e ela disse que poderíamos usar o banheiro na academia de um amigo, o Abapuru*. Lá, deixei os legumes no chão, fiz xixi e já estava pronta para sair quando percebi que minha colega tinha ido embora e as portas estavam trancadas. Meu coração disparou. Abapuru, um homem troncudo de 35 anos, veio na minha direção e me impediu de sair. Ele me beijou à força enquanto eu chorava e tentava escapar, aterrorizada. Aí, rasgou minhas roupas, me bateu e me estuprou. Ele se colocou dentro de mim de todos os jeitos, sem dó. Amarrou meus braços e me espancou por uma hora, até ficar satisfeito. 

Quando uma coisa dessas acontece, a gente imagina que o canalha tem que ir pra cadeia e virar mulher de outros presos lá. Mas isso é hoje. Nos anos 80, quando fui estuprada, a lei era outra. A chamada Justiça permitia que o agressor se casasse com a vítima, mesmo ela sendo menor de idade, para “corrigir” o crime. Afinal, que homem se casaria com uma mulher usada, como eu fui? É uma lógica distorcida, mas era assim que as coisas funcionavam... 

Esse arranjo era permitido pela lei e livrava o agressor da cadeia

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