A ALEGRIA DE ESCREVER E DE SER LIDO
RONALD MENDONÇA
MÉDICO E MEMBRO DA AAL
Folheio com alegria “Eternizando”, crônicas que compõem o novo trabalho
do escritor Rostand Lanverly e ratifico o que já sabia: trata-se um cronista de primeira linha.
Semanalmente, Alberto Rostand Lanverly honra-me com o envio da matéria, antes
mesmo de ser publicada. O meu companheiro da Academia Alagoana de Letras, é,
antes de tudo, um homem apaixonado.
Sem falar na paixão que dedica aos pais, à esposa e aos filhos e
netos, exposta em emocionantes textos, Lanverly entrega-se com ardor ao ofício
de escrever. Com efeito, é visível o sentimento transbordante, mesmo quando
escreve sobre uma ponte ameaçada de ruir.
O nome é o destino (Nomen Est Omen). O autor de “Eternizando” carrega
nomes vigorosos. Quando se fala em “Alberto”, surgem logo dois: o da aviação,
A. Santos Dumont, um engenheiro prático inventivo e obstinado que, com seu 14
Bis. espantaria o mundo. O outro Alberto, o Einstein, criou nada menos que a
Teoria da Relatividade e imortalizou-se. Com Da Vinci e Michelangelo forma uma
“trinca de ouro” da genialidade universal.
O “Rostand” tem como o maior representante o escritor e teatrólogo
Edmond Rostand, membro da Academia Francesa e autor da peça Cyrano de Bergerac.
Quero imaginar o peso da responsabilidade do menino Alberto Rostand, querendo
fazer jus aos homônimos que o precederam.
Quer-se crer que se saiu bem. É competente engenheiro, mister de onde
retira o seu sustento. A Literatura –
satisfazendo o pedaço “Rostand” – é um deleite. Não pertence à Academia
Francesa (lá não se aceita estrangeiro), mas integra todas as grandes Academias
Literárias do torrão natal. Do modo como brinca com as palavras, escrever é uma
Disney.
Fazendo jus ao estilo crônica, “que deve ser lida entre um gole de
café e a mordida no pão”, nosso Alberto Rostand, semanalmente, brinda seus
leitores com textos gostosíssimos. (Não esquecer que “o cronista é o poeta do
quotidiano”). Com frequência, imiscui-se dentro da crônica, como convém aos
grandes do ramo.
Não li (reli) todas as crônicas. Degustei algumas, aguçando o paladar.
Seria um desrespeito para com este homem delicadíssimo, adquirir o livro e não
ter o interesse de fixar-se porque já não era novidade.
Finalmente, admito, de muitas das
crônicas de Rostand Lanverly, de tão bem feitas, de tão bem concatenadas, eu
gostaria de ter sido o autor.
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