Beiture, Líbano – Quando foi anunciado que Gilberto Gil e Caetano Veloso irão se apresentar em 28 de julho, em Tel Aviv, duas comunidades rivais se mobilizaram em torno da pergunta: com o que combina a tropicália? O questionamento, feito em dois grupos de Facebook com centenas de seguidores, levou a um debate no Brasil e em Israel sobre o evento.
A perspectiva da apresentação musical em Tel Aviv, um ano após a ofensiva militar que deixou mais de dois mil mortos em Gaza, causou a indignação de movimentos sociais – e a criação da página chamada “Tropicália Não Combina com Apartheid”.
O chamado ao boicote, porém, deu origem a um segundo movimento, dessa vez a favor dos shows em território israelense. O nome, “Tropicália Combina com Liberdade”, foi escolhido como resposta à campanha anterior.
“[O boicote é] uma forma de pressão legítima e eficaz da sociedade civil, não só no âmbito cultural, por justiça, igualdade e liberdade, diante da inação dos governos e órgãos internacionais”, diz Pedro Charbel, coordenador de campanhas do Comitê Nacional Palestino de BDS para a América Latina.
No caso, BDS é a sigla para “boicote, desinvestimento e sanções”, um movimento global com estratégias que buscam pressionar Israel pelo fim da ocupação de territórios palestinos. Há um debate a respeito do impacto real dessas práticas, em especial nos setores cultural e acadêmico.
Os músicos se apresentam no dia 28 de julho. FOTO: DIVULGAÇÃO
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