quinta-feira, 30 de abril de 2015

'Pagar com a vida é demais', disse Gularte antes do fuzilamento- FOLHA

Quatro minutos antes de ser morto por um pelotão de fuzilamento no interior da Indonésia, já amarrado a uma cruz de madeira, Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42, falou pela última vez: "Eu cometi um erro, mas pagar com a vida é excessivo demais".
O relato sobre os últimos momentos do brasileiro é do padre Charlie Burrows, 72, que esteve com ele em uma clareira na qual Gularte e outros sete condenados por tráfico de drogas foram executados na madrugada de quarta (29), no horário local, tarde de terça (28) no Brasil.
O paranaense estava preso desde 2004 no país, quando foi flagrado com seis quilos de cocaína no aeroporto de Jacarta –a droga estava escondida em pranchas de surfe.
Na Indonésia, a lei que disciplina a aplicação da pena de morte prevê que religiosos possam ficar no local de fuzilamento, para dar conforto espiritual, se os condenados manifestarem esse desejo.
CANÇÃO E SILÊNCIO
Momentos antes do fuzilamento, enquanto caminhavam em direção ao pelotão de atiradores, sete dos condenados cantaram alto o hino religioso "Amazing Grace", puxado pelos dois australianos condenados à morte e pela pastora que os acompanhava.
Gularte foi o único a não cantar. Preferiu uma oração, em silêncio, disse o padre.

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