Cheiro de passado
Por: » EDUARDO BOMFIM – advogado.
Para García Márquez os ditadores que pontificaram na região através dos tempos tinham em comum além da truculência, personalidades delirantes e cita exemplos.
Em 1958 Pérez Jiménez fugiu da Venezuela, com o rosto inchado por uma nevralgia horrível, e deixou na escada do avião por esquecimento uma sacola entre as várias idênticas que levou consigo, com 11 milhões de dólares, enquanto a Venezuela era tomada por um carnaval fora de época.
O Dr. Duvalier, o Papa Doc do sofrido Haiti, mandou exterminar todos os cachorros pretos do País porque um dos seus inimigos, para não ser assassinado, teria se transformado num cachorro preto.
Já o ditador teósofo Maximiliano Hernández Martínez de El Salvador mandou forrar com papel vermelho toda a iluminação pública do País para combater uma epidemia de sarampo e inventou um pêndulo para saber se os seus alimentos estavam envenenados.
Juan Vicente Gómez da Venezuela tinha uma intuição incrível, a faculdade de adivinho, porque fazia anunciar a sua morte e depois ressuscitava.
Mas há uma minoria, felizmente, saudosa do cheiro da fruta que raros desfrutavam, descrita nessa narrativa literal de o “Cheiro de Goiaba” do escritor colombiano: a Ditadura.
Por isso, é que cabe ao Brasil, aos povos latino-americanos persistir na trilha dos novos tempos de soberania, democracia, justiça social, do desenvolvimento econômico.

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