O candidato ao Governo do Rio de Janeiro pelo PRB, Marcelo Crivella, vota em Copacabana.
Apesar de ter acertado diversos resultados finais das eleições, o instituto de pesquisas Ibope errou quase a metade das previsões de intenção de votos para cargos executivos envolvendo os principais candidatos no primeiro turno, de acordo com levantamento feito pelo Yahoo Brasil com os últimos dados divulgados pela entidade antes das eleições. Sobre o percentual de intenções de voto, o Ibope errou 38 previsões (45%) - inclusive as três avaliações para presidente - e acertou as outras 46 (55%), em um total de 84 estimativas envolvendo pesquisas em 26 Estados, no Distrito Federal e para Presidência da República. O Yahoo considerou apenas as estimativas para os três primeiros candidatos. Os acertos consideram resultados finais das votações que ficaram dentro da margem de erro anunciada das pesquisas (de 2% e 3%, dependendo do caso) e também dentro de uma tolerância de 0,5% no levantamento do Yahoo para mais ou para menos.
Apesar da imprecisão em boa parte das previsões, o Ibope acertou o resultado final em várias ocasiões, como a eleição em primeiro turno de Raimundo Colombo (PSD) em Santa Catarina e de Fernando Pimentel (PT) em Minas Gerais - mesmo que o percentual de votos tenha sido diferente do estimado. Reportagem especial do Yahoo em setembro mostrou o argumento de um estatístico veterano, que disse que o problema das pesquisas eleitorais não está no dado total das intenções de voto, e sim na margem de erro divulgada, já que é impossível prevê-la nos padrões metodológicos utilizados - ou seja, essa margem pode alterar drasticamente o resultado. "O erro é maior do que se preconiza”, disse à época o estatístico José Ferreira de Carvalho, professor aposentado da Unicamp e livre docente pela USP, além de consultor da Statistika, em Campinas. Talvez o caso mais extremo dentre os erros do primeiro turno seja o do Rio Grande do Sul, Estado no qual Tarso Genro (PT) liderava as pesquisas de opinião com 35%, seguido de Ana Amélia (PP), com 27%. No entanto, José Ivo Sartori (PMDB), que antes marcava apenas 20% nas pesquisas, encerrou a etapa em primeiro lugar, acumulando mais de 40% dos votos do Estado. No Rio de Janeiro, o Ibope previu que o atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) disputaria o segundo turno contra Garotinho (PR), mas foi Marcelo Crivella (PRB) quem passou para a fase seguinteOutro exemplo é a Bahia, onde a previsão era de que Rui Costa (PT) disputaria o segundo turno contra Paulo Souto (DEM), mas o petista acabou levando no primeiro turno com 54,5% dos votos. As pesquisas de opinião, embora sejam um termômetro da corrida eleitoral e praticamente a única referência das campanhas sobre a colocação dos candidatos, podem gerar algumas distorções no cenário eleitoral. Por exemplo, um eleitor que apoia X, pode votar em Y, melhor colocado nas pesquisas, para que Z tenha menos chances. Outra distorção pode ser o menor recebimento de doações para as campanhas de candidatos pior colocados nos rankings. Mas, claro, também há os acertos. O instituto, por exemplo, acertou os percentuais dos três primeiros candidatos para o governo de Espírito Santo, Pará, Paraíba, Sergipe, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, por exemplo. O Ibope Inteligência argumenta "em alguns estados observamos um percentual elevado de eleitores indecisos para governo e principalmente para o Senado até a véspera da eleição. Essa fatia do eleitorado, quando se decide, não se distribui necessariamente na mesma proporção do restante da população, o que acaba ocasionando mudanças de última hora.”
"Mesmo assim, em apenas dois estados tivemos um resultado final diferente do apontado nas pesquisas: Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro”, afirmou a entidade em seu webside.
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