Na devassa do material recolhido do escritório de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras preso em março, a Polícia Federal continua intrigada com a motivação do executivo para frases escritas em sua agenda particular.
Entre contas e nomes de contatos pessoais ou de possíveis propinados em muitas páginas, numa delas Paulo citou uma pensata do saudoso Millôr Fernandes:
‘Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder’.
Em outro trecho, logo abaixo, nova frase: ‘o rico acorda tarde para reclamar; o pobre acorda cedo para trabalhar’.
Paulo Costa continua detido na Superintendência da PF em Curitiba, onde presta depoimentos sigilosos à Justiça, sob delação premiada.
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Vale a pena repetir o pensamento de Millôr que o guabiru vermêio, não por acaso, escreveu na sua agenda:
“Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder.”
Um pensamento que Lula adotou integralmente e pelo qual passou a guiar sua conduta assim que se instalou no Palácio do Planalto.
Num sei vocês, mas eu achei lindinha a caligrafia de Paulo Roberto, o homem-bomba que estourou o esgoto do Petrolão. E que Lula tratava carinhosamente por “Paulinho”.
Além da caligrafia, outra coisa que me deixou feliz foi constatar que ele citou o meu guru e mentor. Embora, com toda certeza, Millôr tenha se revirado no túmulo por ter sido lembrado nas anotações de um escroque istrêlado-vermêio.
Aproveito a oportunidade pra dizer o seguinte: Millôr Fernandos foi o sujeito de quem roubei descaradamente a condição de “extremista de centro“. Pois é. É ele o autor desta pérola.
Millôr, como vocês já sabem, foi sempre de oposição. Desde os tempos de Juscelino Kubitschek (que ameaçou processá-lo por conta de uma piada) e Jango, até chegar aos anos de chumbo, quando se tornou um símbolo de resistência nas páginas d’O Pasquim. E continuou na oposição depois da abertura do regime, inclusive durante os dois governos dos tucanos. As caricaturas que ele fazia com o fucinho de FHC eram de uma crueldade sem tamanho.
Nas duas charges abaixo, Millôr ironiza com a ditadura militar (em pleno 1974!) e debocha da soberba acadêmica de FHC:
E Millôr, com a coerência que sempre foi sua marca saliente, continuou oposicionista quando o PT chegou ao poder. Ou seja, era um sujeito íntegro e coerente, que pregava e praticava a máxima de que intelectual honesto tem que ser de oposição. Qualquer que seja o gunverno.
Bem ao contrário dos zintelequituais vermêios de hoje em dia, os iscrivinhadores progressitas que não conseguem sobreviver sem uma peitinho gunvernamental pra mamar.
Vejam, por exemplo (um exemplo entre vários outros que eu poderia citar), estas duas charge geniais que Millôr fez com Lula. Uma quando rebentou o Mensalão e a outra com a Confraria dos Cegos que acreditam piamente em Lapa de Mentiroso:
Hoje em dia, no socialismo muderno, os zintelequituais banânicos não só aplaudem os guabirus corruptos que o PT incumbiu de saquear a Petrobras como, mais ainda, fazem a defesa pública deles. Inclusive aqui no Jornal da Besta, pra nosso deleite.
É por isso que Paulo Roberto Costa, o Paulinho de Lula, acessa o JBF sempre que seus carcereiros permitem. Ele fica feliz que só a porra com os comentários de Senil Precoce.
E, ao invés de citar Millôr, Paulinho recorre à sabedoria popular quando lê a defesa que é feita de corruptos, mensaleiros e petralheiros nesta gazeta escrota:
“Quem tem besta, não precisa comprar cavalo”
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