"MARINA PRESIDENTE." Quanta coisa se mexe com esse grito! A segunda mulher presidente e -- detalhe de grande força que não tem sido lembrado -- o primeiro postulante de pele escura. Com seus elegantes traços, resultado óbvio da mistura de cafusos com mamelucos, Marina, além de vir do coração da Amazônia (onde a lei faz quase desesperados esforços para instalar seu império), da luta ao lado de ChicoMendes, da fase heróica do PT, ela significará a chegada de evidentes fenótipos negros no posto da Presidência da República. Isso não é pouco. Sentirei orgulho (todos sentiremos coisas diferentes sobre o Brasil) ao ver seu rosto representando nosso País nas imagens que se espalharem pelo mundo. Mas há mais. Muito mais. O tom digno com que Marina mantém, desde sua última tentativa eleitoral majoritária, a determinação de levar à frente os avanços conquistados por FH e Lula. A coerência íntima com que ela se manifesta ao longo dos anos (que é diferente do mero repetir a mesma coisa). Sou dos que sempre quiseram que o País aproveitasse o que essa sucessão de lutadores pela democracia nos legou. Eu já disse em entrevista que, diferentemente de alguns amigos esquerdistas, não tenho rejeição pelos economistas de base liberal que se acercam de Marina.
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