Das muitas utopias de juventude do escritor colombiano Gabriel García Márquez, a paixão pela ideia de um cinema latino-americano tão pleno de identidade quanto sua literatura talvez tenha sido a mais arrebatadora. Por um golpe da sorte, fiz parte dessa utopia quando fui aluna da última turma da oficina Como Contar um Conto, idealizada e ministrada por ele, dedicada à formação de roteiristas de cinema.
Há muito a aprender quando se convive, mesmo que por apenas seis dias, com um homem cuja história de vida é conduzida pela paixão.
O mundo conhece García Márquez como autor do romance Cem anos de solidão (1967) e de outras obras repletas da mistura eficaz entre o mágico e o amor. Seu legado como diretor e roteirista apaixonado por cinema é pouco conhecido. Deixou o curta-metragem A lagosta azul, de 1954, dirigido por ele, e alguns roteiros filmados, como A viúva de Montiel, em 1959, e Erendira, em 1983.
Há muito a aprender quando se convive, mesmo que por apenas seis dias, com um homem cuja história de vida é conduzida pela paixão.
O mundo conhece García Márquez como autor do romance Cem anos de solidão (1967) e de outras obras repletas da mistura eficaz entre o mágico e o amor. Seu legado como diretor e roteirista apaixonado por cinema é pouco conhecido. Deixou o curta-metragem A lagosta azul, de 1954, dirigido por ele, e alguns roteiros filmados, como A viúva de Montiel, em 1959, e Erendira, em 1983.
Em 1984, quando ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, García Márquez pôde realizar a maior obra de sua utopia: a Escuela de Cine y TV de San Antonio de Los Baños, em Cuba. Construída num terreno imenso, hoje cercada por um perfumado pomar de laranjeiras, a escola alimentava o ideal de formar novos cineastas, oriundos de países latino-americanos, caribenhos e africanos.
Além da idealização e do alto investimento financeiro, García Márquez deixou a marca de seu pensamento na escola com a oficina Como Contar um Conto, comandada por ele uma vez por ano, de 1986 a 2006, com o objetivo de orientar pessoalmente um grupo seleto de jovens escritores imbuídos da bendita mania de contar.
Quando decidi tentar fazer parte dessa oficina, exatamente em 2006, não imaginava que aquele seria o último ano, minha última chance. Soube do curso por meio do livro Como contar um conto, que nada mais é que uma das oficinas transcritas, palavra por palavra, um dia por capítulo, e publicada em livro.
Foram meses de tentativas. O curso com García Márquez era para convidados, amigos dele, indicados por seus amigos. Nada disso estava a meu alcance. Jamais teria qualquer chance de fazer parte desse curso se, naquele ano, ele não tivesse apenas nove indicados para as dez cadeiras que a oficina comportava. Diante dessa vaga, o que eu precisava fazer para ter a honra de ocupá-la era mandar uma proposta de história para contar, em um parágrafo. A coordenadora responsável pela organização da oficina imprimiria o papel enviado por e-mail e colocaria nas mãos do mestre – que tomaria a decisão.
Além da idealização e do alto investimento financeiro, García Márquez deixou a marca de seu pensamento na escola com a oficina Como Contar um Conto, comandada por ele uma vez por ano, de 1986 a 2006, com o objetivo de orientar pessoalmente um grupo seleto de jovens escritores imbuídos da bendita mania de contar.
Quando decidi tentar fazer parte dessa oficina, exatamente em 2006, não imaginava que aquele seria o último ano, minha última chance. Soube do curso por meio do livro Como contar um conto, que nada mais é que uma das oficinas transcritas, palavra por palavra, um dia por capítulo, e publicada em livro.
Foram meses de tentativas. O curso com García Márquez era para convidados, amigos dele, indicados por seus amigos. Nada disso estava a meu alcance. Jamais teria qualquer chance de fazer parte desse curso se, naquele ano, ele não tivesse apenas nove indicados para as dez cadeiras que a oficina comportava. Diante dessa vaga, o que eu precisava fazer para ter a honra de ocupá-la era mandar uma proposta de história para contar, em um parágrafo. A coordenadora responsável pela organização da oficina imprimiria o papel enviado por e-mail e colocaria nas mãos do mestre – que tomaria a decisão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário