sábado, 2 de novembro de 2013

UM TEXTO DE RONALD MENDONÇA

UM CERTO CAPITÁN LIMA



Fora eu terrorista, espalharia aos ventos um texto atribuído a Alexandre Garcia, um dos âncoras da Rede Globo. Não tive boa impressão do comunicador. Ainda nos tempos da ditadura, tempos do general Figueiredo, AG publicou um texto na finada Manchete que era uma lamentável “puxação” de saco da primeira-dama. Ao longo dos anos, acho que ele se redimiu, credenciou-se como idôneo.


O fato é que, nos últimos dias, circula na internet o assustador Por onde andas, Izabel?. Naturalmente, a “Izabel” é a princesinha que assinou a Lei Áurea, em 1888, pá de cal na escravidão negra no Brasil. Por tabela, segundo alguns historiadores, o atestado de óbito da monarquia brasileira.

Por onde andas, Izabel? são comentários sobre a importação de médicos cubanos pelo governo brasileiro. O autor evita exprimir juízo sobre a qualidade profissional. Também passa ao largo do estupro das leis que regem o exercício da medicina. Na verdade, o texto mira numa questão que nossos esquerdistas, tão ciosos na observância dos direitos trabalhistas, cegaram. Digamos que são vítimas de uma coletiva alucinação negativa.

Sorridentes, com cara de quem vendem saúde, os felizes médicos cubanos aqui apearam sem lenços, sem documentos, em pleno sol de setembro. Não têm passaportes. Não pagarão impostos. Não receberão dinheiro diretamente do “patrão” (governo brasileiro), não têm CPF, RG... Impedidos de circular livremente, são comparados, guardadas as proporções, a escravos (voluntários?). A vida é cruel: namorar só daquela forma adolescente – talvez como gratidão –, mirando o penteado novo de madame Dilma. Com as famílias reféns na temida ilha, sem planos B, apenas um quarto do salário lhes chegará aos bolsos. E por aí vai o texto de Garcia. A cumplicidade brasileira é caso para Ministério Público.

Escrevi demais sobre um tema que não me toca diretamente. É que os velhos têm pressa. Seu balaio de frutas está quase no fim. As restantes devem ser minuciosamente degustadas. Por isso, propus ao temporão escritor Carlito Lima nos encontrarmos mais. Mesmo com ele ocupado em lançar, na Bienal, Confesiones de um Capitán Brasileño, versão hispânica que bombou em Portugal e em Frankfurt.

De olho no Quixote do terceiro milênio, a Bienal, uníssona, pergunta: Que seriam dos domingos alagoanos (e do mundo) sem as saborosas crônicas de CL? E o que seria da cultura alagoana sem o otimismo da Flimar?

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