O edital de licitação para a construção de um Marco Referencial no lugar do antigo Alagoas Iate Clube deve sair até o final de agosto, segundo a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra), e as obras podem ter início ainda este ano. Cravado no coração da Ponta Verde, o clube, mais conhecido como Alagoinha, foi o cartão postal de Maceió durante muito tempo. Abandonado há décadas, o local virou moradia de andarilhos, ponto de uso de drogas, prostituição e já foi até cenário de homicídios.
A estrutura de concreto invadindo o mar chama a atenção de turistas que visitam a cidade e dos moradores da capital alagoana. A escrevente Tatiana Martins, 34, veio de São Paulo com a família passar as férias em Maceió. Em um rápido passeio pela orla, ela viu o Alagoinha e quis saber o que era aquela estrutura. "Eu vi de longe e achei interessante, quis conhecer, mas, ao chegar perto, ficamos com medo porque tinha usuários de droga lá dentro", diz.
Os turistas de Goiânia, Igor Moura, 20, e Adriane Silva, 23, foram mais ousados e entraram no antigo clube. "Eu vi no mapa, pela internet, que tinha um Iate Clube aqui, mas nunca imaginei encontrar um lugar em ruínas", lamenta Igor.
Mas esta realidade foi bem diferente nas décadas de 60, 70 e até 80. Carlito Lima, 73, figura emblemática de Alagoas foi um grande frequentador do Alagoinha. Ele conta que, naquela época, os clubes eram palco de muitas festas e bailes de carnaval. "Tenho boas lembranças desse período. Mas, na década de 80, os clubes foram caindo em decadência e tudo se perdeu", diz.
Hoje, Carlito Lima é contra o projeto que o governo do estado pretende construir no antigo Alagoinha. "Naquela época nós não tínhamos a consciência ambiental que temos hoje e agora eu sou contra tudo o que cobre a vista do mar. O que Maceió tem mais lindo e valioso é a cor do mar, por mim eu derrubaria tudo o que impede essa vista maravilhosa", diz.
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