quinta-feira, 13 de junho de 2013

HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA

A PACIENTE ALEMÃ


Germano nasceu bonito, ao completar um ano ganhou concurso “Bebê Johnson”.  Durante a juventude encantava às jovens, hoje maduro ainda esbanja charme. Joga tênis três vezes por semana, no clube as mulheres suspiram admirando o porte de homem bonito, atlético, espadaúdo.
Sua carreira de médico tem comportamento exemplar, nunca correspondeu os assédios das fãs clientes, é respeitador, ético em sua profissão, jamais se envolveu com alguma paciente, entretanto, não é um santo.
Semana passada em seu consultório particular a atendente anunciou Graziela, nova cliente. Ao entrar, a bela mulher passou o olhar em volta, gostando do ambiente limpo e bem decorado, sorriso nos lábios deu boa tarde ao doutor Germano. Ele respondeu, olhou nos olhos da senhora, perguntou o que a trazia ao consultório.
- “Uma dor por aqui, doutor” – apontou a área do ventre.
Germano fez uma série de perguntas preenchendo a ficha médica, surpreendeu-se com a idade da mulher, 45 anos, nacionalidade alemã, falava bem o português, parecia ter 35, bem conservada, loura de pele rosada, olhos azuis pareciam duas ximbras. Ao terminar pediu para ela descalçar os sapatos, subir à balança. Germano escrevia, ao levantar a vista, o coração bateu forte, encantado com a surpresa, Graziela estava em cima da balança apenas de calcinha de renda, seu corpo bem delineado, sensualidade exuberante deixou o doutor com o sangue fervendo nas veias. Germano aproximou-se, nervoso, mediu o peso e altura daquela mulher extraordinariamente bela, bem pertinho, deu-lhe uma vontade imensa de abraçar-lhe. Controlou-se, pediu para vestir-se, retornar à cadeira.
Novamente cara a cara com a paciente, Germano prescreveu exames, tomografia e radiografia do ventre. Ela recebeu a requisição, olhou nos olhos de Germano, perguntou.
-“Não vai fazer o toque vaginal?”
O médico controlou-se, afirmou não ser preciso, com o resultado dos exames ele avaliaria com precisão.
Graziela sorriu olhando para o doutor, segurou sua mão, confessou.
- Doutor, quero esclarecer a situação falando português claro, eu tenho uma fantasia, desde que lhe vi jogando tênis no clube, soube que era médico, deu-me uma imensa vontade de fazer amor com você de jaleco aqui em seu consultório. Sou casada, não tenho problemas com o marido, hoje tenho essa oportunidade única, quero você apenas uma vez, satisfazer minha fantasia, sonho quase todas as noites nós dois nos abraçando, rolando no chão de seu consultório.
- Dona Graziela, por favor, a senhora é uma belíssima mulher, provocou-me uma atração quase incontrolável, aonde a senhora quiser, no Rio, no Recife, no Japão, na Alemanha, podemos nos encontrar. Eu invento uma viagem, vamos passar uma lua-de-mel em Fortaleza? Aqui não posso, tenho um profundo respeito por minha profissão, meu consultório é um sacro-santo local onde exerço a medicina, me proíbe qualquer aproveitamento de paciente, por favor, não torne difícil para mim, você é bela, sensualíssima, gostosa mulher, compreenda, se quebrar minha ética ficarei profundamente magoado comigo mesmo, por favor.
- Meu sonho é lhe amar no consultório, minha fantasia é ser abraçada pelo doutor de jaleco, fora disso não existe fantasia, não quero.
 Levantou-se, deu meia volta, ao se aproximar da porta trancou-a a chave, virou-se, num átimo deixou o vestido cair, segurou a calcinha vermelha de renda pelos dedos. Ele partiu rápido, chamou-a de louca, ajudou apressadamente a vesti-la, pediu não retornar ao consultório, a paciente alemã saiu pisando forte, aborrecida. Germano fechou a porta, respirou fundo, de repente deu quatro murros na parede, sangrou a mão.


Nenhum comentário:

Postar um comentário