A
PACIENTE ALEMÃ
Germano nasceu bonito, ao completar um ano ganhou concurso “Bebê Johnson”. Durante a juventude encantava às jovens, hoje maduro ainda esbanja charme. Joga tênis três vezes por semana, no clube as mulheres suspiram admirando o porte de homem bonito, atlético, espadaúdo.
Sua carreira de médico tem comportamento exemplar, nunca correspondeu
os assédios das fãs clientes, é respeitador, ético em sua profissão, jamais se
envolveu com alguma paciente, entretanto, não é um santo.
Semana passada em seu consultório particular a atendente
anunciou Graziela, nova cliente. Ao entrar, a bela mulher passou o olhar em
volta, gostando do ambiente limpo e bem decorado, sorriso nos lábios deu boa
tarde ao doutor Germano. Ele respondeu, olhou nos olhos da senhora, perguntou o
que a trazia ao consultório.
- “Uma dor por aqui, doutor” – apontou a área do ventre.
Germano fez uma série de perguntas preenchendo a ficha
médica, surpreendeu-se com a idade da mulher, 45 anos, nacionalidade alemã,
falava bem o português, parecia ter 35, bem conservada, loura de pele rosada,
olhos azuis pareciam duas ximbras. Ao terminar pediu para ela descalçar os
sapatos, subir à balança. Germano escrevia, ao levantar a vista, o coração
bateu forte, encantado com a surpresa, Graziela estava em cima da balança
apenas de calcinha de renda, seu corpo bem delineado, sensualidade exuberante
deixou o doutor com o sangue fervendo nas veias. Germano aproximou-se, nervoso,
mediu o peso e altura daquela mulher extraordinariamente bela, bem pertinho,
deu-lhe uma vontade imensa de abraçar-lhe. Controlou-se, pediu para vestir-se,
retornar à cadeira.
Novamente cara a cara com a paciente, Germano prescreveu
exames, tomografia e radiografia do ventre. Ela recebeu a requisição, olhou nos
olhos de Germano, perguntou.
-“Não vai fazer o toque vaginal?”
O médico controlou-se, afirmou não ser preciso, com o
resultado dos exames ele avaliaria com precisão.
Graziela sorriu olhando para o doutor, segurou sua mão,
confessou.
- Doutor, quero esclarecer a situação falando português
claro, eu tenho uma fantasia, desde que lhe vi jogando tênis no clube, soube
que era médico, deu-me uma imensa vontade de fazer amor com você de jaleco aqui
em seu consultório. Sou casada, não tenho problemas com o marido, hoje tenho
essa oportunidade única, quero você apenas uma vez, satisfazer minha fantasia,
sonho quase todas as noites nós dois nos abraçando, rolando no chão de seu consultório.
- Dona Graziela, por favor, a senhora é uma belíssima
mulher, provocou-me uma atração quase incontrolável, aonde a senhora quiser, no
Rio, no Recife, no Japão, na Alemanha, podemos nos encontrar. Eu invento uma
viagem, vamos passar uma lua-de-mel em Fortaleza? Aqui não posso, tenho um
profundo respeito por minha profissão, meu consultório é um sacro-santo local
onde exerço a medicina, me proíbe qualquer aproveitamento de paciente, por
favor, não torne difícil para mim, você é bela, sensualíssima, gostosa mulher,
compreenda, se quebrar minha ética ficarei profundamente magoado comigo mesmo,
por favor.
- Meu sonho é lhe amar no consultório, minha fantasia é
ser abraçada pelo doutor de jaleco, fora disso não existe fantasia, não quero.
Levantou-se, deu
meia volta, ao se aproximar da porta trancou-a a chave, virou-se, num átimo
deixou o vestido cair, segurou a calcinha vermelha de renda pelos dedos. Ele
partiu rápido, chamou-a de louca, ajudou apressadamente a vesti-la, pediu não
retornar ao consultório, a paciente alemã saiu pisando forte, aborrecida.
Germano fechou a porta, respirou fundo, de repente deu quatro murros na parede,
sangrou a mão.
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