segunda-feira, 27 de maio de 2013

JB NA HISTÓRIA

27 de maio de 1977: Golpe e barbárie em Angola

Jornal do Brasil: sábado, 28 de maio de 1977

Com auxílio de tropas cubanas o Governo angolano dominou a rebelião de oficiais do Exército ligados a dois dirigentes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) - principal força política na luta de libertação nacional, Nito Alves e José Van Dunen, recém demitidos dos cargos de Ministro do Interior e de Comissário Político do Exército e prontamente presos, após serem acusados de fraccionismo.

O golpe em Angola eclodiu no início da madrugada, na capital desse país africano, e não resistiu sequer ao final da manhã. Logo após as oito horas, os rebeldes se renderam na Rádio de Luanda, de onde eram transmitidos os comunicados ao povo angolano. O rápido fracasso da rebelião, contudo não impediu que houvesse conflitos e explosões em diversos pontos da cidade. Mesmo depois daquelas horas sangrentas, muitas pessoas morreram, foram presas ou desapareceram em decorrência da maciça repressão desencadeada pelo regime contra seus opositores, a partir de então. A barbárie perduraria pelos dois anos seguintes.

Muita polêmica girou em torno daquela fatídica manhã. Houve quem acreditasse que os responsáveis pela violência foram os golpistas. Versão contudo, amplamente refutada pela mais evidente de que o episódio foi uma conspiração política da polícia, com o objetivo de incriminar os golpistas.

Outras efemérides de 27 de maio
1953: Morre o Mestre Manuel Said Ali Ida
1964: Índia homenageia o pandit
1988: EUA aprovam erradicação de mísseis de curto e médio alcance

A dura realidade da independência

A recém independente Angola vivia em meados da década de 70 um dos períodos mais dramáticos de sua história. Com a carência econômica, as classes populares sofriam com a falta de assistência de toda ordem: alimentação, saúde, emprego, saneamento básico, energia elétrica. Entretanto, continuava a crescer o aparelho de Estado — polícia, exército, funcionalismo das empresas estatais — privilegiando uma minoria dominante. As desigualdades sociais surgiam cada vez mais e de várias maneiras acelerando a marcha do país para o abismo da guerra civil (1975-2002).

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