Quando o pai dela foi assassinado em 1996, Ingrid Pereira de Farias tinha 15 anos. No caminho do aeroporto onde havia desembarcado de uma viagem, dois dias antes do crime, ela ouviu de Paulo César Farias que o relacionamento dele com Suzana Marcolino não ia bem e que ele pensava em pôr um fim ao namoro.
Essa é parte do depoimento de Ingrid Farias à qual o TNH1 teve acesso e que ela deve confirmar no julgamento dos quatro policiais militares acusados das mortes de PC e Suzana, marcado para esta segunda-feira (6), no Fórum de Maceió, no Barro Duro.
Aos 32 anos, casada e mãe de um menino que leva o nome do avô, Paulo César Farias Neto, Ingrid Farias será testemunha de defesa dos quatro policiais militares – Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva – que faziam a segurança de PC e são acusados de coautoria do crime pelo Ministério Público Estadual. As informações sobre o teor do depoimento foram reveladas, por telefone, pelo advogado dos réus, José Fragoso.
Além da tese de crime passional, Ingrid Farias deve atestar no depoimento o bom relacionamento dos acusados do crime com PC Farias. Inclusive, passados 17 anos do crime, os acusados José Geraldo da Silva e Reinaldo Correia de Lima Filho seguem como funcionários da família Farias e, segundo Fragoso, até hoje são contratados esporadicamente para fazer a segurança de Ingrid. Ingrid tem um irmão, Paulo Augusto César Pereira de Farias, o Paulinho, hoje com 30 anos.
“O depoimento de Ingrid será importante porque confirmará a intenção do PC em terminar o relacionamento, o que comprova que Suzana o matou por conta disso, e que os policiais, que ainda estão com a família, não tinham por que matar o Paulo César”, disse José Fragoso.
Cafetina
O advogado também afirmou que PC e Suzana se conheceram por intermédio de uma cafetina conhecida como "Carlota". Logo teriam passado ao relacionamento sério. Pela tese do advogado, Suzana via em Paulo César a oportunidade de ‘vida fácil’.
Desesperada com o fim que PC teria dado na noite do crime, Suzana teria assassinado o namorado e se suicidado em seguida. Esta é a versão da defesa. O relato também consta da defesa que José Fragoso vai adotar para tentar persuadir os jurados de que os seguranças de PC não são os assassinos do ex-patrão.
“O perfil de Suzana, que consta nos autos, nos leva a crer que ela era uma pessoa impulsiva e que perdeu o controle quando viu o castelo dela desmoronar com o fim do relacionamento. Não sou eu quem afirma, isso tudo está no processo e vamos demonstrar os verdadeiros fatos. A própria família, como o Augusto Farias [irmão de PC], alertou o Paulo César que Suzana tinha outros interesses que não o amor”, finalizou Fragoso.

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