AO JOVEM PRODÍGIO – TRÉGUA TEMPORAL
Alberto Rostand Lanverly
Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e da Academia Maceioense de Letras.
A história nos mostra o exemplo de inúmeras cidades que, através dos tempos, foram destruídas por motivos os mais variados. Atlântida, inaugurou o rol destas comunidades. Nova Orleans, Sodoma e Gomorra, Petrópolis, Santa Luzia do Norte e Quebrangulo, Branquinha, foram arrasadas pela força dos ventos, do fogo ou das águas.
Em qualquer das situações, as perdas são inúmeras. Existem, porém, exemplos nos quais os algozes são os próprios homens: Jerusalém, que teve seus muros derrubados em nome da Religião; Berlim, que quase foi “fulminada” no ataque final ao maldoso Hitler; Roma, incendiada por Nero e tantos outros exemplos que enriquecem a literatura.
Por incrível que pareça, no Brasil, a cada dois anos, o discurso se repete, pelos políticos que “assumem” o poder nos Estados e Municípios (e também na Nação). Eleitos, apressam-se a divulgar o caos que a gestão anterior lhes outorgou como herança “maldita”. Cofres vazios, saúde, previdência, segurança e educação falidas. Até parece que um “tsunami”, definitivamente, “escolheu” aquela localidade, seja no sertão, agreste ou litoral, para pulverizá-la.
São notícias de que o chefe do executivo fugiu, de barco, pela lagoa ou pelo rio, “trazendo até “pratos” a tiracolo”; que saiu pela porta dos fundos, puxando até a “raspa do tacho das panelas da cozinha”; que usou verba pública para fomentar “seus dotes privados”; que gastou dinheiro da saúde e educação alimentando concubinas e seguranças particulares... É como se, o que assume, fosse um inocente e não soubesse da realidade que o estava esperando, Como se, o “vitorioso nas urnas” quisesse obter dos “eleitores” um “habeas corpus preventivo”, para, no futuro, poder se enquadrar ao “dolce far niente”, que, segundo suas próprias palavras, seu antecessor, tão bem representa.
Em qualquer “guerra”, existem os períodos de “recesso nas lutas”, quando as partes enterram seus mortos e dramas, recompondo as forças, para, posteriormente, de forma definitiva, partir para o “ataque”. Na política, tal verdade deve também existir, para se poder extirpar falcatruas, fortalecer a transparência e, finalmente, em respeito àqueles que nele acreditaram, partir célere para a reconstrução da governabilidade.
Em minha concepção, cento e oitenta dias é um bom tempo de trégua. A partir de então, o executivo tem que mostrar a que veio. A Barra de São Miguel é um destes exemplos. Cidade tão bela, quanto pequena, tão charmosa quanto abandonada, mas que vislumbra, pela frente, tempos de “arco Iris”, quando o lixo seja trocado por flores nas praças e jardins, os assaltos, pela urbanização às margens do Rio Niquim, o abandono pelo fortalecimento da saúde e educação; os desmandos pelo incentivo a novos investimentos, as migalhas distribuídas com os nativos pelo altruísmo generalizado. Enfim, o atraso e o desrespeito, pelo desenvolvimento perene.
O jovem prodígio, Prefeito Zezeco, tem dois caminhos a seguir: ou faz história, ou vincula seu nome à galeria dos que atrelaram a Barra de São Miguel aos problemas tão conhecidos e criticados por todos. É esperar para ver. Aposto no sucesso...
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