Transcrições de trocas de mensagens e gravações de telefonemas obtidos pelo Jornal Nacional neste sábado (24) revelam pagamentos feitos por Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), considerado chefe da quadrilha pela Polícia Federal, para Rosemary Nóvoa de Noronha, que era chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo (SP).
Ambos integravam, segundo a Polícia Federal, um esquema de fraude de pareceres técnicos para beneficiar empresas privadas, descoberto por meio da Operação Porto Seguro. A presidente Dilma Rousseff determinou hoje a exoneração ou afastamento de todos os servidores envolvidos no esquema.
De acordo com as transcrições, teria sido Paulo Vieira o responsável pelo pagamento de uma cirurgia de ouvido de Rosemary Noronha. Em um email enviado para o diretor da Agência Nacional de Águas, Paulo Vieira, outro irmão dele, Marcelo Vieira, diz: "Tem que dar para Rose R$ 12.500, R$ 7.500 da cirurgia e R$ 5 mil para fazer o armário. Eu só tenho aqui a metade do dinheiro", disse.
Para a Polícia Federal, a entrega da quantia teria sido feita no dia 2 de abril, segundo indicação de uma conversa telefônica entre Marcelo e Rosemary. "Posso dar uma passadinha daqui a uma meia hora", questiona Marcelo. E ouve a resposta da ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo: "Pode, vou dar uma saída daqui um pouco que eu vou fazer um curativo, mas a empregada está aqui. Você pode... Se você trouxer algum pacote, pode deixar com ela", disse. O pacote, ainda de acordo com a PF, seria o dinheiro.
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