sábado, 1 de setembro de 2012

UM TEXTO DE RONALD MENDONÇA


O PAÍS TEM PRESSA
RONALD MENDONÇA
MÉDICO E MEMBRO DA AAL

Apagou-se a estrela de João Paulo, esperança de gol das hostes esquerdistas. Com ele, dividirão cela Valério, Pizzolato e algumas pilombetinhas. Como ficou provado, nada havia contra sua pessoa. Sim, que raio de país é esse no qual o sujeito não pode pedir a sua doce e ingênua companheira, aproveitando ida ao banco para pagar carnê da Sky, para pegar um troquinho de cinqüenta mil reais?
O julgamento do mensalão – ou, se quiserem, o esquema de apropriação ilegal do dinheiro público para cobrir “gastos de campanha” e outros que tais – mostrou uma verdade irrefutável: não basta a presidência nomear ministros. Há que se nomear, não juízes de carreira, mas lacaios, de preferência militantes da nobre causa.
A propósito, consta que, num comovente desabafo étnico, nosso ético ex-presidente Lula Silva teria confessado sua decepção com o “negro complexado e ingrato”, que vem a ser o raquiálgico ministro-relator Joaquim Barbosa. No mesmo comentário, Barbosa estaria querendo aparecer, farejando  mais uma capa de Veja, a infame e golpista publicação pequeno-burguesa “a serviço do capital estrangeiro e da CIA”.
Nem tudo está perdido, quando resta uma esperança. O jogo pode virar. Até o final do julgamento,  nossa douta presidente terá chance de preencher duas vagas no STF. Embora não seja do ramo, disponho-me a tirar alguns nomes da cartola. Aqui mesmo, em Alagoas, há candidatos com perfis morais de tal magnitude que jamais deixariam amargurado o coração do nosso íntegro ex-presidente.
Pessoalmente, custa-me crer no mensalão. Nesse aspecto estou em ótima companhia. “God” em pessoa, Kakay e outras feras do Direito, incondicionais defensores dessa canalha, também botam fé de que tudo não passa de invenção da mídia. De igual modo, recuso-me a acreditar que o PT, a exemplo do finado PFL, estaria em vias de mudar de nome. É que a simples menção da sigla tem causado repugnância. Hoje, seu maior trunfo é a coligação com o Maluf.
 A grande verdade é que está havendo uma perda de tempo. Como diz o candidato, o Brasil tem pressa.  Foi justamente pensando nessa velocidade que o governo destinou aos despreparados, apenas, a metade das vagas nas universidades federais.
 Data vênia, a douta presidente foi de uma humildade tibetana. Até porque,  como o insuspeito Belluzo defendeu em brilhante artigo, uma vez que todo mundo vai ficar desempregado, é absolutamente indiferente para um desocupado saber ler ou escrever.

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