1969: O seqüestro do embaixador americano
No início da tarde daquela quinta-feira, um grupo de jovens, formado por militantes dos movimentos clandestinos MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro) e ALN (Ação Libertadora Nacional), protagonizou um dos mais ousados momentos da história da resistência contra a ditadura militar: o seqüestro do embaixador americano Charles Elbrick. Sua captura foi premeditada para que o seu resgate fosse negociado em troca da libertação de 15 presos políticos.
A operação aconteceu em Botafogo, quando o carro do diplomata foi interceptado no percurso entre a sua residência oficial e a sede da embaixada, no Centro. De lá foi levado para um casarão na Rua Barão de Petrópolis, onde permaneceu detido.
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Pressionado, o governo brasileiro aceitou as condições impostas pelo grupo, frisando que a iniciativa visava impedir o sacrifício da personalidade americana. Clique aqui e confira a lista dos libertados.
Durante a operação, a equipe do JB recebeu telefonemas anônimos que orientavam a respeito da localização de cartas do embaixador escritas para a sua esposa, e de instruções dos seqüestradores a respeito da negociação da troca: a lista com o nome dos presos de interesse, as garantias de proteção ao embaixador, ... A primeira carta (original / tradução), encontrada no dia 5 estava na caixa de esmolas da igreja de Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado. A segunda (original /tradução), também encontrada no dia 5, estava no Supermercado Disco, no Leblon. A terceira (original / tradução), achada no dia 6, foi encontrada em frente à Editora Bloch, no Russel. A última carta (original /tradução) foi achada numa praça em Copacabana, no dia 7.
No dia 8, conforme garantido pelos seqüestradores, o Sr. Elbrick foi libertado na Tijuca após a confirmação de que os exilados haviam chegado ao México.
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