27 de setembro de 1981: Lula é eleito para a presidência nacional do PT
Com quatro abstenções, Luis Inácio da Silva, Lula, foi eleito por 47 votos para a presidência nacional do Partido dos Trabalhadores, cumprindo-se a última etapa da organização do partido para seu registro definitivo no TSE.
Antes de começar seu discurso, na etapa final da convenção, Lula elogiou o presidente do Senado Jarbas Passarinho (PDS-BA) por ter cedido o local para a convenção nacional do PT, e criticou o presidente da Câmara, Nelson Marchezan (PDS-RS), "por ter negado esta casa do povo para o PT". Como político, foi a primeira vez que leu um discurso. Antes só o havia feito como dirigente sindical seis anos antes, quando tomou posse pela primeira vez na presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema.
"Queremos mudar a relação entre capital e trabalho. Queremos que os trabalhadores sejam donos dos meios de produção e dos frutos de seu trabalho. E isso só se consegue com a política. O Partido é a ferramenta que nos permitirá atuar e transformar o Poder neste país". Assim, Lula sintetizou os objetivos de seu partido, definindo-se pelo socialismo como forma de regime.
Este foi o trecho mais aplaudido por cerca de 500 militantes do partido que lotando o plenário e as galerias do Senado, interromperam o discurso 36 vezes por aplausos e gritos de apoio.
Em seu pronunciamento, Lula não esqueceu de nenhum setor da sociedade. Manifestou apoio às lutas de emancipação dos trabalhadores urbanos e rurais, mulheres de todas as minorias, como negros, índios e homossexuais.
"Vamos concorrer às próximas eleições, e apresentaremos candidatos a todos os cargos, em todas as regiões do país". Depois, procurou mostrar que tipo de socialismo defendido pelo partido: "O socialismos que n´so queremos irá se definindo nas lutas do dia-a-dia, do mesmo modo como estamos construindo o PT. O socialismo que nós queremos terá que ser a emancipação dos trabalhadores. E a libertação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores".
Às questões trabalhistas e sindicais dedicou um terço de seu discurso. Procurou deixar claro que conmtinua, como sempre, ao lado da classe trabalhadora, e pediu orientação para os trabalhadores rurais, cujos problemas com a terra é a questão mais grave deste país.
Defendeu, ainda, um sindicalismo livre, criticando os pelegos, repudiando qualquer tipo de união com os pelegos: "Quem não vai à luta não tem o direito de falar em unidade, pois faz o jogo do patrão e do Governo, que é o de domesticar e dividir o sindicalismo brasileiro". Desafiou: "Quem pode nos acusar de não lutar junto com a classe trabalhadora?"
E prometeu denunciar todos que, dentro do Partido, tentassem desvirtuar seus objetivos.
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