quarta-feira, 11 de julho de 2012

UM TEXTO DE ALBERTO ROSTAND


BASTA O ELEITOR QUERER

Alberto Rostand Lanverly
Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e da Academia Maceioense de Letras

            Dificilmente o ser humano atinge seu apogeu, sem se preparar para tal. Para conseguir um título de nível superior, qualquer cidadão tem que estudar muito, e, até para ser artista do “show business” ou da “bola”, não conseguirá arrancar aplausos dos circunstantes, sem treinar muito e por longo tempo.
            Mas, existe uma “profissão”, sobretudo no Brasil, onde basta saber “assinar” o nome, para credenciar-se a postulante de receber “o diploma” das mãos das autoridades. É a categoria dos políticos.
            Por definição, “político” é o individuo que representa um grupo social e que, com sua bagagem e conhecimento, é capaz de influenciar a maneira como os destinos de uma geração é administrada.
            Apesar de, historicamente, ser considerada uma profissão honrada, nos dias atuais, um grande número de cidadãos tem opinião negativa a respeito dos políticos, “como classe”. Os integrantes desta “casta” são vistos, salvo algumas exceções, como elementos inescrupulosos, cujas promessas não são cumpridas, que, frequentemente, são acusados de desvios de verbas para seu próprio interesse, e que, principalmente, são donatários de uma “distorção de caráter” capaz de causar inveja aos personagens descritos nas “linhas” produzidas por Maquiavel.
            Talvez tudo isto ocorra, pela falta de preparo de muitos dos que integram o “grupo”. Um médico, por exemplo, que passar dois anos sem ler um livro científico, deixa de ser um discípulo de Hipócrates, para ser um “açougueiro”; Um jogador que se afasta, por algum tempo, dos treinos, jamais será escalado para a partida do domingo vindouro. Mas, o político, não; Ele não precisa ler ou escrever, basta saber “articular”. Sabe que, diariamente, não pode comprar menos que “cinquenta reais de pão”, para alimentar o “séquito”, que o circunda, pago pelo erário público. Para buscá-lo, tem que agir, e muitas vezes o faz “traquinando”.
            Na outra extremidade da linha, está o “eleitor”, cidadão comum, com o poder de voto e, acima de tudo, com a capacidade de ser “formador de opinião”. Gente de todas as linhagens, pobre, rica, branca, preta, letrada, ou não, mas que possui o arbítrio de vislumbrar as negociatas surgidas desde as coligações, como a de Maluf e Lula, em São Paulo, por exemplo, passando por líderes de outrora, que impõem familiares como candidatos, visando perpetuar o poder que, explicitamente, lhe foge das mãos, até chegar a políticos profissionais que teimam “querer continuar”, sem, em nenhum momento, tentar modificar seus conceitos, comportamentos e atitudes.
            Está aberta a temporada de caça ao voto. Em breve, a história pode ser mudada para melhor, desde que o “eleitor”, esta figura humana de todos os matizes, entenda que apesar de ser mais fácil acreditar na mentira, que no inverso, pois, a verdade, nem sempre inspira confiança, não é difícil descobrir os melhores, basta querer...

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