terça-feira, 10 de julho de 2012

JB NA HISTÓRIA


10 de julho de 1982: O adeus à alegria de Jackson do Pandeiro

Jornal do Brasil: Terça-feira, 13 de julho de 1982 - página 2 do Caderno B

A embolia cerebral que surpreendeu Jackson do Pandeiro num leito de hospital em Brasília, onde se tratava de uma descompensação diabética, privou o músico da sua vida, os fãs da sua alegria contagiante e as gravadoras de se redimirem da indiferença com que puniram seu talento.

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Foi do brejo paraibano que José Gomes Filho, de família humilde mas com grande tradição artística na região, saiu para se consagrar Jackson do Pandeiro. Decidido a ganhar a vida com o seu dom musical, começou tocando em bailes populares em Campina Grande, na companhia de Luiz Gonzaga. A popularidade cresceu a largos passos. Da Paraíba foi para Pernambuco, onde o sucesso atingiu âmbito nacional. Em parceria com Altamira Carrilho, com quem se casou, atingiu o auge da carreira, na década de 50. Mas o talento eclético, registrado em gravações de toda ordem, sucumbiu nos anos 60, num longo período de esquecimento no Rio de Janeiro. Voltou resgatado em regravações de outros artistas. Mas o sucesso não teve mais a projeção dos velhos tempos. Desquitado, dupla desfeita, entre uma e outra participação em shows, ficou distanciado do reconhecimento maior, e reduzido ao mercado de músicas juninas. Mas jamais deixou de transmitir alegria ao povo sofrido, de origem pobre, de cujo seio ele próprio nasceu e viveu.
Jackson do Pandeiro. Hugo/CPDoc JB
O senso rítmico como marca pessoal
"Poucos cantores no mundo inteiro têm o seu fabuloso senso rítmico, característica marcante do mulato magrinho que, com seu chapéu de abas curtas e o bigodinho fino, foi, durante 63 anos de vida, a própria expressão da alegria do povo simples de seu Nordeste natal. Foi o senso rítmico que lhe deu o pseudônimo artístico Jackson do Pandeiro... Figura na galeria dos grandes da música popular brasileira por causa de suas virtudes de cantor, um intérprete em cuja marca pessoal - o ritmo - jamais conseguiu ser igualado por ninguém". Jornal do Brasil

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