sexta-feira, 1 de junho de 2012

JB NA HISTÓRIA


1º de junho de 1993: O jornalismo perde a genialidade do Mestre Castelinho

"Sou apenas um pobre nordestino perseguido pela diversidade"
Castelinho
Jornal do Brasil: Quarta-feira, 2 de junho de 1993

Jornalista que fez história, um dos mais influentes colunistas políticos de todos os tempos, Carlos Castello Branco, 72 anos, morreu as 10h da manhã, vítima de infarto no Hospital Samaritano, zona sul carioca, onde se restabelecia de uma cirurgia a que se submetera dois dias antes.

Castelinho, como era tratado por amigos e leitores, em 54 anos de jornalismo deu à crônica política um status de História em sua Coluna do Castello, publicada diariamente entre 1963 e 1993 no Jornal do Brasil. A coluna foi leitura diária e imprescindível na vida dos brasileiros. Durante os anos de chumbo do regime militar, Castello transmitia informações em mensagem cifrada. Ensinou o país a ler nas entrelinhas, dizendo o que não podia ser dito.

Outras efemérides de 1º de junho
1973: Proclamada a República na Grécia
1987: Premier do Líbano, Rashid Karami, é morto em atentado

Lutava contra os obstáculos à livre expressão desde os primórdios da vocação de jornalista, quando no jornalzinho da escola que fazia a quatro mãos, em Terezina, no Piauí, muitas vezes desafiou o diretor do ginásio.

Ávido leitor dos clássicos, sonhava com a literatura. Entre os diversos livros da sua autoria destaca-se Os Militares no Poder em três volumes.
Veio para o Rio em 1945 trabalhar em O Jornal e no Diário da Noite, veículos da cadeia de jornais e emissoras de rádio Diários Associados, dirigido por Assis Chateaubriand. Deixou os Associados em 1950 para ser chefe de reportagem redator do Diário Carioca. Como cronista político da revista O Cruzeiro, viajou com o então candidato Jânio Quadros durante a campanha eleitoral. Assume o cargo de Secretário de Imprensa do presidente Jânio Quadros em 1961. Seis meses depois Jânio renunciava, e Castello começava a publicar a Coluna do Castello , inicialmente na Tribuna da Imprensa, e a partir de 3 de janeiro de 1963, no Jornal do Brasil. Como mestre consumado do estilo, foi dos que mais contribuíram para o apuro de texto no jornalismo brasileiro.

Um homem honrado e patriota

Carlos Castello Branco nasceu na capital piauiense em 25 de junho de 1920. Depois de concluir o curso ginasial foi enviado aos 16 anos a Belo Horizonte para formar-se, como o pai, em Direito. Formou-se advogado pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1943. Como jornalista, já acompanhava os acontecimentos desde 1939, no Estado de Minas. Casou-se com Elvia Lordello em 1948, sua eterna companheira. Romancista e historiador, pertencia à Academia Brasileira de Letras desde 1982. Tinha a virtude de ouvir e enxergar longe. Homem digno, honrado e patriota.

Saiba mais de sua vida e obra no site Carlos Castello Branco.

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