O caminho das mágicas lagoas - GAZETA DE ALAGOAS

A lagoa é magia. Quem caminha ao seu redor sente o encanto da Natureza. Nada se perde, tudo se transforma, sobretudo a vida. A brisa distrai o ponteiro do relógio e o tempo é diverso para o habitante de margens salpicadas por massunins e uçás. Os visitantes fazem o mesmo movimento da maré e se renovam durante as idas e vindas. 

Entre eles, há peregrinos da Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Compostela. São pessoas que andam centenas de quilômetros entre França, Portugal e Espanha em busca de novas vivências. Ao voltar a Maceió, perceberam que a transformação íntima (e do mundo ao seu redor) também migrou para o local onde moram.

Assim, foi criado o “Caminho Lagunar”, uma rota de 84 quilômetros percorridos a pé, durante quatro dias, no cenário sem igual das lagoas Mundaú e Manguaba. Se o filósofo Heráclito de Éfeso, o pai da dialética, anunciou que o mesmo homem não entra no mesmo rio duas vezes, o que ele diria dos nossos canais e lagoas. A meteorologista aposentada Vera Lúcia Castro sabe muito bem as respostas. 

A cada nova caminhada, as lagoas mudam e as pessoas também – andarilhos, anfitriões e moradores das doze comunidades situadas nos municípios de Santa Luzia do Norte, Coqueiro Seco, Barra de São Miguel e Marechal Deodoro. Vera é presidente da associação em Alagoas e uma das idealizadoras do Caminho Lagunar, que foi inaugurado em 2008 e chega à sua oitava edição no próximo dia 6, Sexta-feira da Paixão.