Doutor Clodolfo foi um antigo engenheiro interiorano dos mais habilidosos e criativos. Trabalhador incansável, bom pai de família, um dia passou a ter um motivo de grande preocupação: o namoro da filha caçula Rita de Cássia com um certo Criseldo José, cuja fama era a de malandrão, que vivia às custas da mãe viúva. Aí, deu um jeito de policiar Ritinha sem ter que sentar dona Anfrísia, a genitora, no meio dos dois: inventou uma espécie de periscópio, instalou-o numa área estratégica da varanda de casa, de modo que, do lado de dentro, pudesse controlar o andamento do namoro dos dois.
A geringonça era incrível! Se o rapaz pegasse na mão da moça, uma luz verde acendia no painel instalado num canto discreto da sala. Se pegasse no braço, luz azul, e assim por diante: cada pegada correspondia a uma cor, além das já citadas - a vermelha, a violenta, a amarela, a lilás, a roxa, etc.
Uma noite de sábado, doutor Clodolfo preparou-se para inaugurar o periscópio e ficou aguardando a hora do início do namoro dos dois. Não demorou muito, eis que pintou na área o garboso Criseldo Rodolfo todo penteado e perfumado, ansioso para cair nos braços da jovem amada. Minutos depois, o casal, bastante animado, sentou lá fora, como sempre fazia, e começou a prosear. Mais que depressa, doutor Clodolfo pôs a geringonça para funcionar e chamou dona Anfrísia para ficar controlando a referida, depois de ensinar como manuseá-la:
- Olha, Frisinha, eu vou ficar no quarto descansando um pouco e você irá me informando as cores que forem aparecendo no painel, tá certo?
- Pode ir descansar sossegado, meu velho! – disse a mulher, toda contente, por assumir tamanha responsabilidade.
Os jovens começaram efetivamente a namorar e, daí a pouco, a mãe da donzela gritou de pro marido:
- Tá verde, Clodolfo!
- Verde pode! – respondeu ele.
Instantes depois:
- Tá azul, Clodolfo!
- Azul? Bom... até azul pode ir.
Mas, logo se fez silêncio, e a mulher não falou mais nada. Doutor Clodolfo ficou intrigado e berrou lá do quarto:
- Como é, mulher, você não fala nada?
- Ah, meu velho, é que estou encantada! Vem ver que beleza de arco-íris!
A geringonça era incrível! Se o rapaz pegasse na mão da moça, uma luz verde acendia no painel instalado num canto discreto da sala. Se pegasse no braço, luz azul, e assim por diante: cada pegada correspondia a uma cor, além das já citadas - a vermelha, a violenta, a amarela, a lilás, a roxa, etc.
Uma noite de sábado, doutor Clodolfo preparou-se para inaugurar o periscópio e ficou aguardando a hora do início do namoro dos dois. Não demorou muito, eis que pintou na área o garboso Criseldo Rodolfo todo penteado e perfumado, ansioso para cair nos braços da jovem amada. Minutos depois, o casal, bastante animado, sentou lá fora, como sempre fazia, e começou a prosear. Mais que depressa, doutor Clodolfo pôs a geringonça para funcionar e chamou dona Anfrísia para ficar controlando a referida, depois de ensinar como manuseá-la:
- Olha, Frisinha, eu vou ficar no quarto descansando um pouco e você irá me informando as cores que forem aparecendo no painel, tá certo?
- Pode ir descansar sossegado, meu velho! – disse a mulher, toda contente, por assumir tamanha responsabilidade.
Os jovens começaram efetivamente a namorar e, daí a pouco, a mãe da donzela gritou de pro marido:
- Tá verde, Clodolfo!
- Verde pode! – respondeu ele.
Instantes depois:
- Tá azul, Clodolfo!
- Azul? Bom... até azul pode ir.
Mas, logo se fez silêncio, e a mulher não falou mais nada. Doutor Clodolfo ficou intrigado e berrou lá do quarto:
- Como é, mulher, você não fala nada?
- Ah, meu velho, é que estou encantada! Vem ver que beleza de arco-íris!
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