segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

JB NA HISTÓRIA


2 de janeiro de 1977: A música brasileira perde Dilermando Reis

Houve Dino e Meira, há João Gilberto - em cada mão um estilo, uma época. Antes de todos, houve Dilermando Reis, morto aos 60 anos, vítima de colapso cardíaco.
Jornal do Brasil: 4 de janeiro de 1977
Durante quatro décadas seu nome foi quase um sinônimo de violão e ele cumpriu o ciclo possível no Brasil a um músico de seu tempo: fez o interior, a boemia e as serestas das grandes cidades, tocou nas lojas que vendiam partituras e instrumentos musicais, foi artista de rádio, atração nos cassinos, formou sua própria orquestra, compôs, gravou, ensinou.

Amigo do ex-presidente Juscelino Kubitschek, teve a alegria de poder considerar-se um dos pioneiros da construção de Brasília: "Ajudei a construir, com minhas próprias mãos, o Catetinho. Meu violão foi primeiro ouvido nos céus da nova Capital e fiz também a primeira música em homenagem à cidade que nascia".

Aprendeu a tocar violão ainda criança, com o pai, Francisco Reis. Na adolescência conheceu o concertista cego Levino da Conceição, com quem percorreu o interior do país, até chegar ao Rio já músico formado. Antes de ingressar nas rádios, lecionou e tocou nas casas de música da época, como Bandolim de Ouro e Guitarra de Prata. Num tempo em que a admiração do público convergia muito mais para os cantores do que para os instrumentistas, Dilermando conseguiu manter um programa semanal de meia hora, no qual a atração máxima e única era seu violão, e de 1936 a 1969, quando deixou a Rádio Nacional, esteve sempre entre os artistas mais populares e requisitados. Gravou cerca de 40 discos entre clássicos e populares, reunindo sucessos como 'Alma Nortista''Calanguinho','Penumbra' e 'Se ela perguntar', a preferida de Juscelino.

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