BATOM NAS VIRILHAS
RONALD MENDONÇA
MÉDICO E MEMBRO DA AAL
Mosteiro beneditino do PC do B, a
troca de nomes no Ministério dos Esportes nada ou pouco representa para a população. Notícias de
mau uso do dinheiro público, como outras tantas do gênero, já se banalizaram. Orlando
sai de campo, entra Aldo Rebelo, espécie de flor-de-lis do partido.
Para os defensores do imaculado ministro,
ele não passaria de uma indefesa vítima de falsas acusações de um bandido, um desqualificado moral. Não há provas.
Tirante os rastros de batom nas virilhas, falta a foto no leito. Sua fritura
estaria ligada à abominável intolerância racial, descriminado por brancos de olhos azuis.
O próprio Silva bradando inocência,
num penúltimo e comovente rasgo de coragem cívica, criaria uma comissão para
aprofundar as investigações. Sua fala final, getuliana, foi apoteótica: “Saio
para preservar a minha honra”. Iludem-se, contudo, os que pensam em desemprego,
rua da amargura e outros que tais. Pelo seu desempenho, não tenho dúvidas de
sua participação como protagonista da
novela das 10, contracenando com Paola e Camila.
É incontestável a presença
sombria de poderosos setores alinhados com a imprensa golpista, a tal
hegemônica, que, inconformada, não pára de infernizar a vida dessa plêiade de
patriotas, à frente Sarney, Maluf, Zé
Dirceu, íntegros até onde a lei faculta. É um orgulho ter toda essa gente ilibada comandando os
nossos destinos. Todos sabem que PT e PC do B nunca negociaram com os desprezíveis capitalistas, corja de burgueses
decadentes.
O.S. é
tão inocente quanto Santa Tereza D’Ávila. Nunca houve desvios de coisa nenhuma.
As ONGS do PC do B são de uma seriedade dominicana. O mal neste país esconde-se nas redações
desses jornais fascistas que ficam inventando histórias para denegrir a honra
dos homens de bem. Uma coisa me parece certa: Dona Dilma demitiu o Orlandão
precipitadamente.
Oásis de políticos e gestores acima de
qualquer suspeita, em Alagoas, o caso do falido Banco Panamericano tem enredo dos mais curiosos. Detentor dos papéis
de milionária dívida oriunda do governo Lessa/Abílio, quando teria deixado de
honrar empréstimos consignados dos funcionários, ao ser quitada por Téo Vilela,
uma “taxa de retorno” teria sobrevivido para irrigar a campanha da reeleição.
Mas nunca a ironia atingiria tão
formidável paroxismo como no rombo do Tribunal de Contas de Alagoas. Pois é,
nada menos que cem milhões são desviados das barbas dessa independente e
diligente Corte sem que ninguém se desse conta...
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