terça-feira, 23 de agosto de 2011

Profissionais contam por que mentem no trabalho -UOL-


PATRÍCIA BASILIO
DE SÃO PAULO

Culpar a morosidade do trânsito e inventar doenças são os principais argumentos da relações-públicas Valdirene, que pediu para não ser identificada, para justificar os constantes atrasos no trabalho.
Os chefes, afirma ela, desconfiam das mentiras, mas "ainda não questionaram o verdadeiro motivo dos atrasos".
Mentir no trabalho, como faz a relações-públicas, é atitude comum no ambiente de trabalho, segundo especialistas consultados pela Folha. A impunidade, no entanto, não costuma ocorrer com tanta frequência.
"Os chefes podem não descobrir a farsa, mas os colegas percebem e contam", alerta Rudney Pereira Júnior, gerente de projetos do Grupo Foco, consultoria de recrutamento e seleção.
Entregar atestado médico falso, recorda, já foi motivo de demissão de um de seus funcionários. "Ele disse que estava doente e, depois de uma semana, encontrei fotos de uma viagem realizada naquele período em redes sociais."
Inventar ou aumentar sintomas de doença é argumento utilizado pelo gerente de projetos William Aparecido, 27, para trabalhar em casa quando sente-se indisposto ou tem outra entrevista de emprego. A suposta mentira, alega, não é prejudicial, "uma vez que o trabalho é entregue da mesma maneira".
Para Daniele Mendonça, gerente de negócios da Across, consultoria de gestão, ainda que a mentira não traga prejuízos imediatos, a imagem do empregado pode ser queimada no mercado. "As empresas conversam entre si, e um erro pontual pode ser argumento utilizado contra a contratação do profissional amanhã."
Confira as mentiras mais contadas no trabalho, segundo consultores:
  • Culpar o trânsito pelo atraso no trabalho
  • Inventar doença para faltar ou trabalhar em casa
  • Acusar colegas pelos próprios erros
  • Mostrar indisposição antes de reuniões importantes
  • Culpar terceiros pelo atraso na entrega de projetos
  • Alegar que o trabalho está adiantado, quando ele não foi iniciado

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