28 de agosto de 1996 - O adeus a Dulcina de Moraes
"Dulcina foi uma pessoa importantíssima para o Teatro Brasileiro. Tinha um sentido de profissionalismo extraordinário". Paulo Autran
A atriz e educadora Dulcina de Moraes, 89 anos, morreu numa tarde de quarta-feira, no Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília, onde estava internada tratando o pós-operatório de uma cirurgia de diverticulite.
Descendente de espanhóis, filha e neta de atores, Dulcina de Moraes Azevedo, nascida em 3 de fevereiro de 1908 em Valença, RJ, foi uma das mais importantes atrizes da dramaturgia brasileira do século 20.
A carreira artística começou cedo. Ainda era bebê quando fez suas primeiras encenações. Na década de 20, entrou para a companhia do Teatro de Leopoldo Fróes, maior expoente teatral do país na época. Extravagante e com uma inflexão vocal marcante, sempre teve presença cênica de estrela. Nos anos 30 e 40, era um referência de moda: os modelos que usava em cena eram copiados pelo público feminino. Com o marido Odilos Azevedo, formou uma famosa dupla de teatro e criou a Companhia Dulcina-Odilon. Na década de 50, criou a Fundação Brasileira de Teatro.
Um dos maiores sucessos de sua carreira foi quando atuou em Chuva, peça inspirada em uma história de Somerset Maugham em que viveu Sadie Thompson. Dulcina também interpretou Helena de Troia, Cleopatra, Anna Christie e a Marquesa de Santos.
Talento admirável, Dulcina deixou um legado para atores e público: Além de inúmeras peças em que atuou e dirigiu, foi exemplo de respeito, profissionalismo e amor pelo teatro. Uma representativa colaboração à história da dramaturgia brasileira.
Outras efemérides de 28 de agosto:
1963: 200 mil marcham pelos direitos civis nos EUA
1979: Sancionada a lei da anistia
1992: ABI e OAB recebem pedido de Impeachment de Collor
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