quarta-feira, 3 de agosto de 2011

JB NA HISTÓRIA 2 E 3 DE AGOSTO

3 de setembro de 1980: O encerramento dos Jogos Olímpicos de Moscou

Chega ao fim a 22a. Edição dos Jogos Olímpicos, em Moscou. Jornal do Brasil: Segunda-feira, 4 de agosto de 1980.

Moscou encerrou os 22°Jogos Olímpicos com uma festa tão bonita quanto a de abertura, mas mais emocionante, talvez por ser a festa do adeus, da separação de milhares de atletas numa terra ainda tão desconhecida do mundo ocidental. A cidade ficou vazia e o Estádio Lenin lotado para os desfiles, as danças folclóricas e a queima de fogos.

Uma versão do ursinho Misha em pelúcia, o mascote da Olimpíada, com cerca de 8 metros, apareceu suspensa por bolas de gás e foi solta no centro do gramado, sumindo no espaço. No mesmo instante, uma reprodução gigantesca do mesmo Misha se exibia num painel humano, numa experiência inédita ao grande público, derramando lágrimas. Foi evidentemente o ponto alto da celebração.


Uma outra despedida, aconteceu durante o desfile da delegação brasileira. O jogador da seleção de volei, Moreno, empunhava a bandeira do Brasil, encerrando uma trajetória de 16 anos em competições pelo país.

O último ato simbólico aconteceu quando a bandeira de Los Angeles subiu, anunciando a edição seguinte dos Jogos Olímpicos, diluindo friamente clima emocional até então instaurado.

Nas duas semanas de duração dos Jogos Olímpicos, a União Soviética conquistou 195 medalhas de um total de 629 disputadas. No resultado técnico, os Jogos registraram 81 recordes mundiais e olímpicos, 24 dos quais de autoria dos donos da casa.

Eram fervorosos tempos da Guerra Fria. E o presidente do Comitê Internacional Olímpico, Lord Kilanin, condenou mais uma vez a manipulação do movimento olímpico por questões políticas e diplomáticas. O alvo era o boicote dos EUA e de outros países do ocidente ao evento, o que tornaria a acontecer na edição seguinte, sediada em Los Angeles, quando URSS e outros países da coluna socialistas se ausentariam do evento.


Outras efemérides de 3 de agosto:
1988 - Fim da censura e da tortura no Brasil

2 de agosto de 1973 - Quem sequestrou o menino Carlinhos?

Jornal do Brasil: Sexta-feira, 3 de agosto de 1973

Era um pouco mais de 20,30h de uma quinta-feira, quando um homem encapuzado, alto, forte e armado com um revólver cortou a luz do prédio 1.700, da Rua Alice, no bairro carioca de Santa Teresa, invadiu o imóvel e sequestrou o menino Carlos Ramires da Costa, 10 anos. Após trancar os seis irmãos e a mãe das crianças no banheiro, o sequestrador fugiu, deixando no local uma carta com pedido de resgate.

"Aviso a você que a criança está em nosso poder e só entregaremos após ser pago o resgate de 100 mil cruzeiros. Esta importância deverá cer (sic)em pequeno volume e metido dentro de uma bolsa e deverá cer (sic)depoistado ensima (sic) de uma caixa de cimento que fica situada na Rua Alice cruzando com a Rua Giliostrio, junto a duas placa (sic) no dia 4/8/73 às 2h, digo duas horas do dia quatro, e lembre-si (sic) que qualquer reação a vítima será liquidada". Neste ponto o bilhete muda de caligrafia que se torna visivelmente mais tremida. "OBS. Depois de ser feito este depósito deverão seguir em direção ao Rio Comprido e esta carta deverá ser devolvida no ato".

Quem sequestrou Carlinhos?
Carlos Ramires era filho de João Melo da Costa, proprietário da Indústria Farmacêutica Unilabor, sediada em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que chegou em casa poucos instantes após a saída do criminoso, afirmando depois ter visto inclusive um vulto se distanciar pela rua. Imediatamente, João seguiu em busca de socorro. Corpo de Bombeiros e a 9ª Delegacia da Polícia Civil dirigiram-se para o local. As buscas começaram pelas redondezas, em ruas próximas, terrenos baldios e interrogatórios pela vizinhança. Em pouco tempo, a notícia circulava pela cidade e o crime alcançava repercussão nacional.

Ao pai, que passava por sérias dificuldades nos negócios, correndo risco de falência, havia poucas horas para reunir o montante estipulado. Auxiliado por um número de telefone, divulgado amplamente para possível contato do sequestrador e colaboração anônima sobre pistas que ajudassem a elucidar o crime, João recebeu doações para colaborar na arrecadação do dinheiro. No dia do pagamento, o local estipulado foi ocupado por policiais disfarçados e vários repórteres de emissoras diferentes. Ninguém apareceu para receber o resgate.

Desde então, o caso passou a colecionar uma série de hipóteses, especulando-se motivos de ordem distintas, levantando e prendendo diversos suspeitos, reunindo cada vez mais informações controversas.

As maiores evidências até hoje apontam a participação do pai do menino na co-autoria do crime. O empresário teria forjado o seqüestro do filho para se recuperar financeiramente. Para os investigadores, o imóvel da família era muito humilde, o não justificaria a atuação de sequestradores em busca de resgate por ali. A fuga também foi apontada como imcompatível a um caso pre-meditado com intenção de transportar um refém. Da mesma forma, questionou-se a tranquilidade do pai de Carlinhos desde os primeiros instantes que se seguiram ao sequestro.

Declarações da mãe de Carlinhos, Maria da Conceição Ramires, anos mais tarde, fortalecem as suspeitas sobre o envolvimento do pai. Segunda ela, João acompanhou as investigações por pouco tempo, vindo a perder o interesse em esclarecê-lo. Ela confirmou também a existência de uma conta bancária para arrecadar fundos para o pagamento do resgate e posteriormente a condução das investigações, mas que nunca tomou conhecimento do destino dado ao dinheiro. O casal se separou três anos após o sequestro.

A filha mais velha do casal, chegou a apontar em depoimento um funcionário de João, Sílvio Azevedo Pereira, como sequestrador de Carlinhos. Sílvio chegou a ser condenado 13 anos de prisão, mas seus advogados recorreram da sentença e ele foi absolvido. João Melo da Costa nunca foi indiciado.

O caso nunca foi esclarecido. E até hoje uma pergunta permanece sem resposta: "Afinal, quem seqüestrou Carlinhos"?

Os sete irmãos aparecem num poster da família:
Os sete irmãos aparecem num poster da família. Carlinhos é o segundo da esquerda.



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