19 de agosto de 1936 - Federico Garcia Lorca é assassinado
"Na Espanha, os mortos são mais vivos que os mortos dos outros países do mundo". Federico Garcia Lorca
Após ser preso, vítima de denúncia anônima, o escritor e dramaturgo Federico Garcia Lorca, 37 anos, foi fuzilado, de costas, em alusão a sua homossexualidade, por soldados da tropa franquista, nos primeiros instantes da Guerra Espanhola (1936-1939). Seu corpo foi jogado num canto da Sierra Nevada. Como intelectual de vanguarda e de tendências homossexuais, Lorca era um inimigo natural de um regime autoritário numa Espanha católica. Com seu desaparecimento precoce, encerrava-se um período da cultura hispânica.
Mas ao contrário do que imaginaram seus executores ao silenciá-lo, o crime teve repercussão em todo o mundo. Lorca transformou-se em figura simbólica da opressão, suscitando diversas manifestações contra o regime, principalmente na classe intelectual.
Um dos maiores nomes da poesia e do teatro espanhol do século 20, Federico Garcia Lorca nasceu no dia 5 de junho de 1898 em Fuentes Vaqueros, província espanhola de Granada. Após uma infância marcada por seguidas doenças, estudou direito e literatura e, em Madri, tornou-se amigo íntimo de grandes artistas espanhóis como Salvador Dalí, Luis Buñuel e Rafael Alberti.
Com a publicação de Libro de Poemas (1921) despertou a atenção da crítica, que se rendeu definitivamente ao seu talento com o lançamento das Canciones Gitanas (1927). E com Romance Gitano (1928), considerada sua maior obra, Lorca entrou de vez para a galeria dos grandes nomes da literatura espanhola.
No início dos anos 30 fundou um grupo teatral universitário, que passou a dirigir e com o qual apresentou espetáculos como Bodas de Sangre(1933) eLa casa de Bernarda Alba(1936).
Até o dia de sua morte, Lorca produziu uma série de peças para o teatro e deixou uma vasta obra de poesias. Assim como aconteceu com muitos artistas, durante a ditadura de Franco, as obras de Lorca foram consideradas clandestinas na Espanha. E somente com a volta do país à democracia, receberia de seu país as devidas homenagens, tornando-se o mais notável dos poetas surgidos na geração de 27 e o maior autor espanhol desde Miguel de Cervantes.
Outras efemérides de 19 de agosto:
1934: Legitimada toda a Alemanha de Hitler
1949: O centenário de Joaquim Nabuco
1961: Jânio presta homenagem a Che Guevara
1976: Bomba explode na ABI
18 de agosto de 1942 - Povo pede resposta de Getúlio aos atentados do Eixo
"O Brasil viveu horas profundamente sentidas. De começo, a população surpreendida pela brutalidade inominável do atentado eixista, sentiu-se estarrecida. E a violência do golpe, traiçoeiro e tremendo, prostou-a em imensa tristeza e apatia.
Mas a reação não se fez tardia. E poucas horas depois, do Rio Grande ao Amazonas, todos os espíritos se conjugaram em demonstrações vibrantes de protesto. A alma do Brasil reviveu os seus dias aureos de gloriosa exaltação cívica. Homens, mulheres, moços das academias, alunos dos colégios, meninos das escolas, jovens e anciãos, todos sem discrepância de cor, crença ou credo político, se irmanaram em legítima revolta contra a hediondez do ultraje feito à nossa soberania, à injúria atirada à nossa Bandeira. No Rio, cérebro e coração do Brasil, essa revolta alcançou nível inatingido até agora...
... A concorrência excepcionalíssima e o entusiasmo trepidante da multidão transformaram o protesto duma classe na eclosão dos anseios de toda aquela imensa mole humana que, etnre aclamações ao Brasil e ao Chefe do Governo, aplaudia, delirante, os intépretes dos seus pensamentos. E falaram acadêmicos, professores, jornalistas, populares, todos condenando o vandalismo dos inimigos da cultura e da civilização e reafirmando a decisão do Brasil de defender, a qualquer preço, a soberania e a honra nacionais.
E o dia inscreveu-se, assim, na vida brasileira, ao mesmo tempo, como um dia de luto e um dia de glória". Jornal do Brasil
A revoltante covardia nazi-facista contra vários navios da Marinha Mercante suscitou uma indignação popular até então pouco vista na história do país. De fevereiro a agosto de 1942, dezenove navios brasileiros foram torpedeados, o que causou a morte de 742 pessoas.
A série de manifestações surtiu efeito. Três dias depois, Getúlio reuniria a cúpula do seu ministério no Palácio Guanabara, sede do governo, no Rio de Janeiro, para examinar e definir a posição do Brasil perante o andamento da II Guerra Mundial. O Brasil declarava Guerra à Alemnha e à Itália.
Intitulada Força Expedicionária Brasileira (FEB), as tropas brasileira somente seguiram para as zonas de conflito cerca de dois anos depois da declaração de guerra à Alemanha e à Itália. Em 2 de julho de 1944, o primeiro escalão da FEB saiu do Brasil com destino à Nápoles, e entrou em combate com tropas alemães em meados de setembro do mesmo ano. A Força Expedicionária Brasileira, voltou vitorioso ao país, chegando o primeiro escalão em 18 de julho de 1945.
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