sexta-feira, 19 de agosto de 2011

JB NA HISTÓRIA - 18 E 19 DE AGOSTO


19 de agosto de 1936 - Federico Garcia Lorca é assassinado

O assassinato de Federico Garcia Lorca. Reprodução

"Na Espanha, os mortos são mais vivos que os mortos dos outros países do mundo". Federico Garcia Lorca

Após ser preso, vítima de denúncia anônima, o escritor e dramaturgo Federico Garcia Lorca, 37 anos, foi fuzilado, de costas, em alusão a sua homossexualidade, por soldados da tropa franquista, nos primeiros instantes da Guerra Espanhola (1936-1939). Seu corpo foi jogado num canto da Sierra Nevada. Como intelectual de vanguarda e de tendências homossexuais, Lorca era um inimigo natural de um regime autoritário numa Espanha católica. Com seu desaparecimento precoce, encerrava-se um período da cultura hispânica.

Mas ao contrário do que imaginaram seus executores ao silenciá-lo, o crime teve repercussão em todo o mundo. Lorca transformou-se em figura simbólica da opressão, suscitando diversas manifestações contra o regime, principalmente na classe intelectual.


Um dos maiores nomes da poesia e do teatro espanhol do século 20, Federico Garcia Lorca nasceu no dia 5 de junho de 1898 em Fuentes Vaqueros, província espanhola de Granada. Após uma infância marcada por seguidas doenças, estudou direito e literatura e, em Madri, tornou-se amigo íntimo de grandes artistas espanhóis como Salvador Dalí, Luis Buñuel e Rafael Alberti.

Com a publicação de Libro de Poemas (1921) despertou a atenção da crítica, que se rendeu definitivamente ao seu talento com o lançamento das Canciones Gitanas (1927). E com Romance Gitano (1928), considerada sua maior obra, Lorca entrou de vez para a galeria dos grandes nomes da literatura espanhola.

No início dos anos 30 fundou um grupo teatral universitário, que passou a dirigir e com o qual apresentou espetáculos como Bodas de Sangre(1933) eLa casa de Bernarda Alba(1936).

Até o dia de sua morte, Lorca produziu uma série de peças para o teatro e deixou uma vasta obra de poesias. Assim como aconteceu com muitos artistas, durante a ditadura de Franco, as obras de Lorca foram consideradas clandestinas na Espanha. E somente com a volta do país à democracia, receberia de seu país as devidas homenagens, tornando-se o mais notável dos poetas surgidos na geração de 27 e o maior autor espanhol desde Miguel de Cervantes.

Outras efemérides de 19 de agosto:

1934: Legitimada toda a Alemanha de Hitler
1949: O centenário de Joaquim Nabuco
1961: Jânio presta homenagem a Che Guevara
1976: Bomba explode na ABI

18 de agosto de 1942 - Povo pede resposta de Getúlio aos atentados do Eixo

Brasileiros exigem de Getúlio uma resposta aos ataques alemães. Jornal do Brasil: Quarta-feira, 19 de agosto de 1942

"O Brasil viveu horas profundamente sentidas. De começo, a população surpreendida pela brutalidade inominável do atentado eixista, sentiu-se estarrecida. E a violência do golpe, traiçoeiro e tremendo, prostou-a em imensa tristeza e apatia.

Mas a reação não se fez tardia. E poucas horas depois, do Rio Grande ao Amazonas, todos os espíritos se conjugaram em demonstrações vibrantes de protesto. A alma do Brasil reviveu os seus dias aureos de gloriosa exaltação cívica. Homens, mulheres, moços das academias, alunos dos colégios, meninos das escolas, jovens e anciãos, todos sem discrepância de cor, crença ou credo político, se irmanaram em legítima revolta contra a hediondez do ultraje feito à nossa soberania, à injúria atirada à nossa Bandeira. No Rio, cérebro e coração do Brasil, essa revolta alcançou nível inatingido até agora...

... A concorrência excepcionalíssima e o entusiasmo trepidante da multidão transformaram o protesto duma classe na eclosão dos anseios de toda aquela imensa mole humana que, etnre aclamações ao Brasil e ao Chefe do Governo, aplaudia, delirante, os intépretes dos seus pensamentos. E falaram acadêmicos, professores, jornalistas, populares, todos condenando o vandalismo dos inimigos da cultura e da civilização e reafirmando a decisão do Brasil de defender, a qualquer preço, a soberania e a honra nacionais.

E o dia inscreveu-se, assim, na vida brasileira, ao mesmo tempo, como um dia de luto e um dia de glória
". Jornal do Brasil

A revoltante covardia nazi-facista contra vários navios da Marinha Mercante suscitou uma indignação popular até então pouco vista na história do país. De fevereiro a agosto de 1942, dezenove navios brasileiros foram torpedeados, o que causou a morte de 742 pessoas.

A série de manifestações surtiu efeito. Três dias depois, Getúlio reuniria a cúpula do seu ministério no Palácio Guanabara, sede do governo, no Rio de Janeiro, para examinar e definir a posição do Brasil perante o andamento da II Guerra Mundial. O Brasil declarava Guerra à Alemnha e à Itália.

Intitulada Força Expedicionária Brasileira (FEB), as tropas brasileira somente seguiram para as zonas de conflito cerca de dois anos depois da declaração de guerra à Alemanha e à Itália. Em 2 de julho de 1944, o primeiro escalão da FEB saiu do Brasil com destino à Nápoles, e entrou em combate com tropas alemães em meados de setembro do mesmo ano. A Força Expedicionária Brasileira, voltou vitorioso ao país, chegando o primeiro escalão em 18 de julho de 1945.

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