ESTERLINE CLIFF
Nada melhor que um bom ambiente de trabalho, trabalhar naquilo que você gosta, naquilo que você acredita, naquilo que sabe fazer. Sou encantado, fascinado por estar à frente da Secretaria de Cultura de Marechal Deodoro, a cidade transpira história com sua arquitetura barroca, suas igrejas, suas bandas filarmônicas e outras manifestações culturais. Há dois anos, o prefeito Cristiano Matheus convidou-me para assumir a Secretaria de Cultura, aceitei a missão, logo senti que havia uma revolução na maneira de administrar do Cristiano. Tenho maior orgulho em fazer parte dessa equipe que trabalha por amor à cidade, tentando colocar Marechal no caminho que sempre mereceu. Para se fazer um trabalho desse tipo requer resignação e muita dedicação. Por conta desse entrosamento existe entre os auxiliares do prefeito um ambiente de camaradagem, respeito e confiança. Fiz esses esclarecimentos inicias para melhor contar uma historinha acontecida há algumas semanas.
Ao acabar o expediente telefonei pedindo um carro ou carona para voltar à Maceió, onde resido. Tive informação imediata, o carro passaria na Secretaria com mais três passageiros, caroneiros. Em pouco tempo o carro estacionou, encontrei dois auxiliares do prefeito sentados, Cliuton e Tiago. Ao entrar no carro perguntei pelo outro caroneiro, Cliuton esclareceu: “É a Esterline Cliff, está na casa do prefeito.” Não lembrando da pessoa, perguntei quem era. Cliuton esclareceu com presteza:
- “Secretário, A Esterline está hospedada na casa do Prefeito, é parente longe, teve problemas no Recife, aonde mora, veio pedir abrigo por uns dias. O senhor conhece. Semana passada no café da manhã na casa do prefeito ela estava, ela se encantou com o senhor, diz para todo mundo.”
A história despertou-me interesse, perguntei alguns detalhes sobre essa fã que jamais pensava ter. Cliuton continuou, contou a vida de Esterline:
- “Era casada no Recife, artista de teatro. O marido dava surras na bichinha, tão bonitinha, ela não aguentou, deixou tudo no Recife, inclusive um contrato com um teatro, fugiu para Marechal Deodoro pediu abrigo nesse momento difícil.”
- “Quantos anos ela tem?” Perguntei já interessadíssimo.
-“26 anos, menina nova, bonita, gentil, bem feminina. Estou admirado o senhor não a ter percebido naquele dia.”
- “Morena ou loura?”
- “Nem loura, nem morena, tem cabelos de fogo, ruiva, o pai é inglês, encheu o bucho da mãe, foi embora, nunca mais voltou. É bonita, linda, de chamar atenção, e diz para todo mundo que se encantou com o senhor.”
- “É muito nova, e afinal de contas sou um cara bem casado, não fica bem paquerar uma jovem na casa de um amigo. Mas, agora me despertou a curiosidade, quero conhecê-la.”
- “Ela diz para todo mundo que o senhor é o coroa que ela sempre quis, muita gente pensa, já está havendo caso. Quando falei que o senhor ia no mesmo carro para Maceió, ela vibrou, foi se maquiar, se produzir.”
Nesse momento o carro pela beira da lagoa foi chegando à Massagueira, parou em frente ao portão da casa, Cliuton desceu. Fiquei na maior expectativa, conhecer essa fã. Coisa tão rara. Daí a pouco voltou o Cliuton informando, Esterline estava se arrumando, pede que tenha paciência, chega já.
Aguardei no carro olhando constantemente para o portão da casa, passaram-se 10 minutos. De repente apareceu a estrela, rebolando, vestido numa bermuda, camisa apertada, rosto bem maquiado, batom e ruge, logo percebi, era o Toinho, grande cozinheiro, que nas horas vagas também atende pelo nome de Esterline Cliff. Todo sorrindo, me olhou revolvendo os olhos, falou animado: “Ai Secretário, que bom lhe ver, ganhei o dia!”
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