Bruno Barreto, Heitor Dhalia e Marcos Jorge apostam em 'O discurso do rei'.
Helena Ignez acredita que 'Inverno da alma' deve surpreender na cerimônia.
Os vencedores já foram eleitos. Nesta semana os jurados da Academia decidiram quem serão os premiados nas 24 categorias do Oscar, marcado para domingo (27). Enquanto a premiação não chega, o G1 ouviu cineastas brasileiros que apontaram quais filmes, atores e diretores devem levar as estatuetas no palco do Teatro Kodak, em Los Angeles.
Assim como a maioria dos críticos e dos jurados dos principais festivais de cinema mundo afora, por aqui a maioria das apostas é no filme "O discurso do rei”, de Tom Hooper.
“É um filme muito ‘acadêmico’, tem tudo para ganhar”, diz Marcos Jorge, diretor do premiado “Estômago” (2007).
A mesma opinião tem Bruno Barreto, que acredita que, além de melhor filme, o drama sobre a gagueira do rei George VI também deve arrematar os prêmios de direção e ator (Colin Firth).
Heitor Dhalia é da opinião de que dificilmente alguma outra produção tire a estatueta do longa-metragem de Hooper – embora seus favoritos na disputa sejam “Cisne negro” e “A rede social”. “É um filme extremamente bem feito, com um grande conflito a ser vencido pelo protagonista. Caiu no gosto da academia, que é comandada por ‘velhinhos’”, opina o cineasta.
Helena Ignez, musa do Cinema Marginal e diretora de “Canção de Baal” (2009), acredita no poder de um azarão: “Inverno da alma”, de Debra Granik.
“É um filme que merece ganhar pela inteligência, pela economia e pela profunda criatividade no roteiro e na direção”, diz a diretora.
No entanto, Helena concorda que um dos prêmios de “O discurso do rei” ninguém tira: o de atuação. “Colin Firth conseguiu levar humor e verdade para o filme”.
A dança do cisne
Entre os cineastas ouvidos pelo G1 a opinião é quase unânime: será de Natalie Portman o prêmio de melhor atriz por sua bailarina esquizofrênica em “Cisne negro”.
Entre os cineastas ouvidos pelo G1 a opinião é quase unânime: será de Natalie Portman o prêmio de melhor atriz por sua bailarina esquizofrênica em “Cisne negro”.
“É uma atuação incrível e ousada dentro dos eventos surpreendentes que acontecem na trama”, opina Cao Hamburger, diretor de “O ano em que meus pais saíram de férias” (2006). “Não tive oportunidade de assistir aos filmes das outras atrizes, mas acho que o prêmio é dela”.
Dhalia – que se prepara para estrear em Hollywood dirigindo Amanda Seyfried em “Gone” – classifica a performance de Portman como “imbatível e brilhante”. “O terceiro ato de ‘Cisne negro’ é um obra prima de interpretação. Natalie merece e vai ganhar. Go, Natalie!”.
Além de Hamburger e Dhalia, também têm a mesma opinião Marcos Jorge, Bruno Barreto e Carlos Saldanha – diretor da segunda e terceira parte da animação “A era do gelo”.
“É a melhor interpretação da Natalie Portman desde quando ela começou em ‘O profissional’, de 1994. Desta vez ela foi impecável”, explica Saldanha.
Mais uma vez, Helena Ignez faz uma aposta arriscada. Para a diretora, a atriz Jennifer Lawrence deve surpreender e levar a estatueta. “É uma comovente e exata interpretação”, enfatiza.
Os seis cineastas consultados pela reportagem acreditam que Colin Firth leve a estatueta de melhor ator por "O discurso do rei". Embora, para alguns, outros astros estejam no páreo.
“Seria interessante ver o Javier Bardem levar a estatueta”, diz Marcos Jorge, defendendo o ator espanhol que protagoniza “Biutiful”, de Alejandro Gonzáles Iñárritu. “Basta ver o filme para entender o quanto esse cara é grande”.
“Gostaria muito que o Jesse Eisenberg ganhasse”, torce Saldanha, citando o astro de “A rede social”. “Mas acho que Colin Firth vai levar. Ambos foram convincentes e perfeitos nas interpretações de seus personagens”.
Direção: opiniões se dividem
Se nos prêmios de atuação os cineastas brasileiros pensam quase que alinhadamente, nos de direção as opiniões não são tão homogêneas.
Se nos prêmios de atuação os cineastas brasileiros pensam quase que alinhadamente, nos de direção as opiniões não são tão homogêneas.
Helena Ignez aposta maestria dos irmãos Coen no comando do faroeste “Bravura indômita”. “Joel e Ethan Coen, que bela direção dessa dupla!”, celebra.
Já Carlos Saldanha e Marcos Jorge acreditam que David Fincher seja o merecedor da estatueta na categoria por “A rede social”. “É um filme arrasador e de direção ousada. O cara é pop!”, opina Jorge.
A depender de Heitor Dhalia, a estatueta de melhor direção seria dividida em três. “Eu daria o Oscar para Fincher e os irmãos Coen. Daren Aranofsky também merecia levar”, completa ele, citando o diretor de “Cisne negro”.
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