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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

CARA COLEGA DILMA - ( Uma carta à Presidente)




                                                     A Crônica de Carlito Lima

               Antes de tudo quero lhe explicar o tratamento de colega usado nessa sucinta carta. Há três anos fui agraciado com a Comenda dos Palmares, recebi-a na cidade de União dos Palmares juntamente com o hoje governador de Sergipe, Deda, alguns artistas negros da Globo e a então Ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff. A minha nobre colega de comenda certamente não lembra aquele gordo, careca, que lhe deu o livro, Confissões de um Capitão. Era eu, o missivista que lhe escreve uma breve carta nesse início de ano.
           Aqui para nós, não votei na comendadora, votei na verde Marina e no paulista azul Serra, foi um voto contra as fanfarronices de Lula, me abusei de suas conversas pensando que inventou o mundo, sua administração até que teve coisa boa, tirando o mensalão e coisas parecidas. Entretanto, confesso, estou torcendo que minha colega dê certo, que o Brasil dê certo. Quero ratificar minha teoria sobre as mulheres no poder.
          Costumo dizer, o mundo será outro quando as mulheres assumirem de vez o poder, haverá mais justiça, generosidade e trabalho; menos corrupção, impunidade e violência. Veja minha querida (já vou eu com intimidade), aonde existem preconceitos, discriminações contra as mulheres, Afeganistão, Irã, Iraque, países muçulmanos em geral, campeia a violência. A maior revolução social do mundo não foi a Francesa, nem a Russa, a mais transformadora revolução do mundo aconteceu nos anos 60/70 quando as mulheres se liberaram sexualmente. Graças à pílula vieram outras liberdades e independência. Eu por exemplo, na minha casa quem administra é a mulher, altamente organizada, uma beleza, obedeço, acho ótimo.
         Que bom o poder do país estar nas mãos de uma mulher forte. Primeiramente peço-lhe não esquecer o Nordeste. Dom Pedro II quando assumiu o Império prometeu vender as jóias da coroa para acabar com a seca e a fome no Nordeste, nada aconteceu, até hoje. Agora a esperança foi renovada. Queremos tratamento republicano, não esmola, é obrigação de uma república democrática tratamento igualitário aos Estados. Somos 26 milhões de nordestinos consumidores de bens produzidos no sul maravilha, queremos fábricas, desenvolver a cultura e o turismo como fonte de renda. Ou que tal a nobre colega proclamar o Nordeste Independente que nem a música da Elba?
         São muitos os problemas do Brasil, o maior talvez seja o tráfego de drogas - violência. É preciso diminuir, dar um freio. Usar as Forças Armadas na ajuda desse combate como foi feito no Haiti e outros locais. Fui militar, sei que a missão das Forças Armadas não é policial, é restrito à defesa da Pátria, entretanto, o problema de tráfego nas fronteiras do Brasil tornou-se caso de guerra. É necessário que se modernize as Forças Armadas e pague bem aos nossos soldados, para melhorar a luta contra o tráfego escancarado na fronteira e outras difíceis missões especiais.
           No entanto, é também preciso acabar com as picuinhas, retaliações. Houve uma ditadura no Brasil, eu era militar na época, fui contra a ditadura como está relatado no livro que lhe dei e certamente a senhora não leu, portanto falo sem receio de patrulhamento, anistia tem a mesma etimologia de amnésia, esquecimento. É difícil esquecer prisão e tortura, entretanto, muitos que dizem terem lutado contra a ditadura de direita queriam implantar ditadura de esquerda, não lutaram pela liberdade, pela democracia que respiramos agora. É assunto polêmico, vamos ao que interessa, o país está precisando das Forças Armadas para enfrentar a guerra contra a violência, defender nossa Amazônia cobiçada pelos americanos, império decadente que fomentou as ditaduras nos anos 70 na América Latina. Não se alimente de rancores de companheiros. Precisamos de uma nação unida, só assim venceremos essa guerra.
         Para terminar lembro-lhe outro ponto importante! Em uma entrevista me perguntaram se acaso fosse governante quais seriam minhas prioridades. Respondi: primeiro educação, segundo educação, terceiro educação, o resto vem normalmente. Não é novidade, todo político sabe, faz promessas em campanha depois esquece. Qualquer país em crescimento no mundo tem programa de choque especial para educação. É inconcebível um índice de 40 % de analfabetos no Nordeste. Uma crueldade.
          Bom minha querida Dilma, finalizando a carta que a comendadora nunca lerá, fico na torcida que seu governo e o Brasil dêem certo.
       Um abraço do colega Carlito Lima. http://carlitolimablog.blogspot.com

  

2 comentários:

  1. Parabéns, Carlito!
    Como você, do nosso Nordeste, fazendo também muita fé nas mulheres, embora não tenha dado o meu voto a ninguém (sou "maior" de idade), espero que a Presidente não se "encabreste" à "cartilha" nem às orientações do ex-cara. Ou àquela filosofia do "eu-não-sei-de-nada". Se assim, a vaca vai outra vez pro brejo...

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  2. Velho capita, extraordinária carta, entretanto, será que a Dilma vai pedir ao TIRIRICA para ler?

    Feliz 2011

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