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segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

OPINIÃO DO GUILHERME FIÚZA.

CHORANDO PELO LADRÃO

Guilherme Fiuza
O pacote anticrime de Sergio Moro foi aprovado na Câmara dos Deputados e o Brasil reagiu fazendo o que melhor sabe fazer: chorar. Teve o choro de alegria triunfal dos parasitas, delinquentes de boa aparência e ex-liberais com cara de nojo que saíram avisando ao mundo que Sergio Moro “perdeu”. E teve o choro profissional dos que vivem de alardear que a Lava Jato está morrendo. Enfim, foi uma choradeira.
Em seus cinco anos de vida, a Lava Jato já morreu 58 vezes e meia, o que dá mais de 10 mortes por ano – sempre nos braços comovidos dos que dizem amá-la. É muito sofrimento. Essas viúvas justiceiras, que estão aí fazendo coro com a bandidagem e dizendo que Sergio Moro “perdeu”, passaram o ano de 2019 avisando dia sim e outro também que o mesmo Moro ia pular fora do governo, ia abortar a missão de ministro da Justiça porque estava isolado, desgastado, indisposto, traído, decepcionado, deprimido, demissionário e talvez à beira do suicídio.
Eles não erram nunca.
O dramalhão está comovente, mas vamos dar uma segurada no vale de lágrimas com uma notícia não tão emocionante, e um pouco desagradável: Sergio Moro venceu. O pacote anticrime é o início de uma ampla reforma legislativa para combater o crime de forma mais eficaz – e a largada foi dada. Como já dito, as cassandras previam que Moro nem se sustentaria no cargo, muito menos proporia avanços na lei, e se por um acaso remoto chegasse a esse ponto seria devidamente neutralizado e engolido pelas raposas do Congresso, etc. Sabem tudo.
De fato os Maias, Alcolumbres e parasitas associados tentaram de tudo para fritar Sergio Moro – e as viúvas lamuriantes bailavam entre manchetes encomendadas noticiando o derretimento do ex-juiz. Nenhum desses – nem os sabotadores, nem os que se dizem a favor – sabe de quem estão falando. Moro é hoje o maior símbolo da lei no país, da justiça para todos, e o seu senso de estratégia para usar essa imensa força política torna todos os demais citados crianças de escola.
Ele sabia perfeitamente que o pacote iria levar mordidas e tabefes. E que isso seria só o começo da guerra. Na cabeça dos vendedores de angústia e fracasso, Moro iria aterrissar no parlamento com uma varinha de condão e moralizar tudo num fim de semana. Se não for assim, não serve – o mal venceu, o governo fez acordo com os corruptos (o fetiche máximo das cassandras) e o herói da Lava Jato foi amaciado. Eles não têm ideia do que foi (e é) a Operação Lava Jato.
A quantidade de rasteiras que atingiram a força tarefa antes dela se tornar a operação de justiça mais vitoriosa da história levaria essa gente que chora ao desespero. Jamais serão capazes de entender que a cada embate – seja qual for seu resultado imediato – Sergio Moro e sua missão só se fortalecem, sujeitando os parasitas ao seu jogo e multiplicando seu capital político com o engajamento cada vez maior da população. Ah, mas não aprovou a prisão em segunda instância… Ah, mas desidrataram o pacote…
Desidratado está o discernimento dessas pessoas que dizem apoiar a missão de Moro (o resto está só mentindo, como sempre). Sim, o pacote aprovado tem avanços valiosos, como o fim da progressão de regime para líderes de organizações criminosas, entre outros – mas tudo é muito pouco para os arautos da facilidade. A prisão preventiva está dificultada? Que esteja entre os pontos para se brigar no Senado – mas um mandado bem fundamentado continua suficiente para prender preventivamente. E para quem ficar obcecado com as brechas propícias à má fé, o melhor é nem sair de casa.
Vale um lembrete para o coral da lamúria: quando o STF liberou a prisão em segunda instância, a Lava Jato já tinha estourado a quadrilha do PT. Como pode? Eles não podiam prender após condenação em segunda instância? Eles não tinham o pacote anticrime intacto e embrulhado em papel de cetim dourado?
Não. O que eles tinham por todos os lados era essa mesma fracassomania de agora, que adora anunciar a derrota do mocinho e a vitória do bandido (isso ajuda à beça, vocês não têm noção) e que disse até o último instante que Sergio Moro não ia prender Lula, porque… Sei lá, porque cornetar é de graça e tem uns trouxas que aplaudem.
O que aconteceu você sabe. E é o mesmo que está acontecendo agora. Enquanto os chorões choram, Moro coordena a redução de todos os índices de criminalidade no país e avança com seu arrastão legalista – em sintonia com a Lava Jato que anuncia mais de 4 bilhões de reais já recuperados dos quadrilheiros. Economizem as lágrimas porque está só começando.

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