Páginas

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

ALTAMIR PINHEIRO - SEGUNDA SEM LEI


O TALENTO ARTÍSTICO DO ATOR CHARLTON HESTON

Ao pesquisar a biografia desse ator, logo de cara constata-se que, Em 1952, o filme “O Maior Espetáculo da Terra”, transformou Heston numa estrela de primeira grandeza do cinema. A partir dali, seu porte ereto, sua altura e o perfil musculoso, lhe dariam os papéis mais simbólicos nas superproduções em séries dos anos 50 do cinema norte-americano. Em seguida apareceram, Os Dez Mandamentos (1956); – Ben-Hur (1959); – El Cid (1961). Em toda sua trajetória no mundo encantado de Hollyood, Charlton Heston, como profissional abnegado, teve uma vida inteira de austeridade e coerências que fez com que este exuberante ator de 1,88m, atlético, rosto forte, de ossos salientes, se encaixasse com perfeição a personagens como Moisés, Michelangelo, Ben-Hur, João Batista, El Cid ou o Cardeal Richelieu.
Quanto aos filmes FAROESTES estrelados por Heston, como diz o cinéfilo Darci Fonseca, nem bem encostou o cajado e o manto usados por Moisés em “Os Dez Mandamentos” Charlton Heston rumou para Tucson, Arizona para interpretar um cowboy no western “Trindade Violenta”. Para dirigir este faroeste melodramático passado no Texas foi escalado um profissional de primeira qualidade. O filme foi roteirizado por James Edward Grant, roteirista preferido de John Wayne e a bela cinematografia ficou a cargo de outro excelente profissional que três anos antes recebera um Oscar pela fotografia de “Os Brutos Também Amam”. Charlton Heston gostou do roteiro deste filme que encerraria seu contrato com a PARAMOUNT, especialmente porque seu personagem se distanciava em muito da bondade e dignidade de Moisés.
Outro faroeste indígena que não tinha nada a ver com a bondade do personagem Moisés foi a película O Último Guerreiro. Para se ter ideia da brutalidade desse filme eis o diálogo encontrado nele: “Não estou entre homens… Ao meu redor estão animais… Não sossegarei até que o último APACHE esteja morto”. Frases como estas são proferidas por Ed Bannon (ator Charlton Heston), o ‘herói’ de “O Último Guerreiro”, um dos filmes mais racistas e mais preconceituosos dos faroestes já produzidos por Hollywood. Os diretores e roteiristas Marquis Warren e Burnett, convidaram Charrlton Heston e Jack Palance para serem os respectivos protagonistas e conseguiram transformar um enredo ruim num bang-bang dos bons. Porém, O Último Guerreiro é um filme excessivamente cruel, maléfico, impiedoso, crudelíssimo!!! Atribui-se ao General Philip Sheridan, do Exército norte-americano, a frase “ÍNDIO BOM É ÍNDIO MORTO”. Em “O Último Guerreiro” esse raciocínio é levado ao pé da letra e todos os apaches são mostrados como traiçoeiros, bárbaros, ingênuos e por fim, covardes!!!
A figura da qual estamos tratando foi um ator norte-americano notabilizado no cinema por papéis heroicos em superproduções da ÉPOCA DE OURO de Hollywood. Heston se considerava um anti-astro, diante da ilusão que o público criava em torno dos atores de Hollywood, e que depois eram ridicularizados quando apareciam bêbados ou envolvidos em ocorrências policiais. Certa vez, quase oitentão, afirmou: “Sempre levei uma vida respeitável, sou casado com a mesma mulher há mais de 50 anos, tenho dois filhos normais e nunca saí por aí dando sopapos em ninguém depois de uma noitada”, disse ele. Mas Heston também estava enganado. Ele foi um astro de verdade, no sentido literal da palavra e exatamente por ser o oposto de tudo o que o termo representa em Hollywood.
Na política, Charlton Heston chegou a ser um liberal DEMOCRATA e fez campanha para o candidato à presidência John Kennedy. Ativista pelos direitos civis aos negros, ele acompanhou Martin Luther King durante a Marcha pelos direitos civis a Washington, em 1963, chegando a usar uma faixa onde se lia “TODOS OS HOMENS NASCEM IGUAIS”. Em 1968, após o assassinato do senador Robert Kennedy, ele apareceu num programa da TV americana junto com Gregory Peck e Kirk Douglas pedindo apoio para o presidente Lyndon Johnson e sua tentativa de aprovar no Congresso o Ato a favor do controle de armas(?) nos Estados Unidos.
Anos mais tarde diria que nesta ocasião era jovem e tinha sido bobo e tolo. Heston também ficou conhecido como um oponente do MACARTISMO e da segregação racial nos Estados Unidos, que, segundo ele, apenas ajudavam a causa do comunismo mundial, além de ter sido um grande crítico de Richard Nixon, que considerava um desastre. Entretanto, a partir dos anos 80, numa mudança brusca, Heston passou a ostentar posições mais conservadoras, trocando seu registro eleitoral do Partido DEMOCRATA para o Partido REPUBLICANO, apoiando o direito às armas de fogo e fazendo campanha para Ronald Reagan e os presidentes Bush pai e Bush filho.
Além de ter se tornado um fiel REPUBLICANO fanático, muito amigo de Ronald Reagan, também foi um firme defensor do direito dos americanos de usar armas, como demonstrou através da poderosa NATIONAL RIFLE ASSOCIATION, que presidiu durante muitos anos. Charlton Heston nunca escondeu que sempre foi a favor das armas. O astro ganhou o Oscar por seu papel em “Ben-Hur”. O ator americano Charlton Heston morreu em 05/04/2008, com 84 anos de idade em sua casa em Bevery Hills, Califórnia, devido às complicações físicas provocadas por uma doença degenerativa similar a “Alzheimer”.
Veja neste vídeo as imagens dos 40 melhores filmes do ator Charlton Heston, tanto protagonizados pelo próprio, como também incluindo filmes dele desempenhando o papel de ator coadjuvante:

Nenhum comentário:

Postar um comentário