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sábado, 2 de abril de 2016

UM TEXTO DE ELISA LUCINDA

Gente, meus fãs queridos que me compreendem e os que estão revoltados com minha posição conta o impeachment, é preciso esclarecer algumas coisas: Não sou PT, nunca fui PT, não pertenço a partido nenhum. Tenho livre pensar, o que não quer dizer que quem tenha um partido não tenha também. Mas falo de mim. Tão pouco funciono corruptamente a ponto de estar recebendo algo em troca de minha posição política, como levianamente afirmam alguns que escreveram nessa página. Os que me lêem sabem que eu não suporto injustiça, desigualdade. Não sou católica, não frequento nenhuma religião convencional, e no entanto, acho que a riqueza do mundo deve ser dividida para todos e que não só uma parte deve poder desfrutar dos avanços de uma sociedade .Não crio muros, tal qual fala Francisco, o papa. O que estou fazendo é, como sempre, exercendo meu livre pensar que observa uma certa visão turva dos que querem o impeachment, sonhando com falsos heróis, mas isso não significa que eu não tenha fortes críticas a este governo, que não reconheça nele, da parte da Presidente Dilma, especialmente, uma falta de malícia e jogo de cintura que a arte da política exige. No entanto, se o país não anda bem, se está passando por uma crise grave e ainda assim, com tanto desemprego, tanta gente sai na rua contra o impeachment, é porque sabe-se o que está em jogo. E o que está em jogo é a possibilidade de perdemos uma política de inclusão que está em curso e que só ela pode equilibrar nossas contas com a justiça social. Quem vai pra rua não é só grupinho de PT não. Intelectuais, professores, juristas, advogados, escritores, djs, rappers, compositores, cantores, músicos, atores, lideranças dos movimentos sociais, e os movimentos sociais, enfim, uma gente brasileira que não quer retroceder no processo democrático. Estou indo à rua pela democracia. Se a gente não consegue ver que o rito de impeachment está sendo conduzido por um réu criminoso e isto não é capa de revista, se a gente não consegue ver que as grandes manifestações no país inteiro não são as principais notícias dos jornais de hoje, se a gente não consegue ver o Michel Temer propondo o desembarque do PMDB, a entrega de todos os cargos mas não entrega o dele, se a gente não consegue ver uma manipulação midiática que não acha importante noticiar do tamanho que deve os duzentos políticos denunciados na última delação, é dever de quem tem tal olhar, compartilhá-lo com seus irmãos brasileiros. Eu quero o melhor para o Brasil. Mas não confio nos “faxineiros”, quem são? Quem são os que julgam a Dilma? Além do mais, pedalada fiscal não é crime. 
Então é isso. Sou herdeira de uma liberdade suada e que custou muitas mortes nesse país. E sou guardiã dela. E é só por isso que escrevo aqui. Peço que aos que me leem, que consigam discordar sem que isso se torne ofensa pessoal ou um ódio xiita. Não é mais tempo disso.

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