As crises e as contradições humanas
Por: » MARCOS DAVI MELO – médico e membro da AAL e do IHGAL.
A narrativa da maior crise econômica do capitalismo, a Grande Depressão, mostra que ela contribuiu para disseminar um comportamento escapista entre suas vítimas: os cinemas, baratíssimos, viviam superlotados de desempregados, que pagavam um ingresso e assistiam várias sessões seguidas, só voltando para casa a noite; multiplicaram-se as apostas dos jogos de azar.
Espalharam-se bizarros concursos para os desempregados,como as maratonas de dança nas quais os casais deveriam vencer a própria exaustão em troca de comida e alguns dólares---isso na hipótese improvável de triunfarem, fonte do filme A Noite dos Desesperados, de Sydney Pollack.
Nos primeiros meses de desemprego as pessoas buscavam trabalho freneticamente,depois vinha o abatimento e, por fim, o isolamento social, pois todo contato se tornava uma exposição do fracasso individual. Muitas famílias foram destruídas em meio à crise:suicídios,abandono dos lares por maridos envergonhados de sua incapacidade de prover o sustento do família,filhos que partiam a fim de aliviar o fardo para os pais.
Nas grandes crises econômicas, quando indicadores elevam-se aceleradamente, como o desemprego: acima de 13.5% em São Paulo e mantendo-se alto até 2016,esses frios números nada mostram do imenso drama humano que está por trás deles.A atual crise econômica brasileira, se as medidas propostas pelo ajuste fiscal do ministro Levy derem certo, perdurará por pelo menos mais dois anos,daí,qualquer cidadão minimamente equilibrado, mesmo não gostando do governo, apoiará essas medidas.
Com as medidas corretas do New Deal, os EUA conseguiram sair da crise.No Brasil atual,uma grande contradição explicita-se: é estranhíssimo que as manifestações públicas favoráveis ao governo condenem as medidas do ajuste fiscal propostas pelo mesmo governo.Perguntar-se-ia:os manifestantes querem ajudar ou sabotar o governo que defendem? Ou simplesmente, desprezam a realidade ao ponto de negá-la, o que encarcera a solução da crítica situação ao jugo da insanidade ideológica ,o que ao invés de abrir horizontes, os fecha?
Espalharam-se bizarros concursos para os desempregados,como as maratonas de dança nas quais os casais deveriam vencer a própria exaustão em troca de comida e alguns dólares---isso na hipótese improvável de triunfarem, fonte do filme A Noite dos Desesperados, de Sydney Pollack.
Nos primeiros meses de desemprego as pessoas buscavam trabalho freneticamente,depois vinha o abatimento e, por fim, o isolamento social, pois todo contato se tornava uma exposição do fracasso individual. Muitas famílias foram destruídas em meio à crise:suicídios,abandono dos lares por maridos envergonhados de sua incapacidade de prover o sustento do família,filhos que partiam a fim de aliviar o fardo para os pais.
Nas grandes crises econômicas, quando indicadores elevam-se aceleradamente, como o desemprego: acima de 13.5% em São Paulo e mantendo-se alto até 2016,esses frios números nada mostram do imenso drama humano que está por trás deles.A atual crise econômica brasileira, se as medidas propostas pelo ajuste fiscal do ministro Levy derem certo, perdurará por pelo menos mais dois anos,daí,qualquer cidadão minimamente equilibrado, mesmo não gostando do governo, apoiará essas medidas.
Com as medidas corretas do New Deal, os EUA conseguiram sair da crise.No Brasil atual,uma grande contradição explicita-se: é estranhíssimo que as manifestações públicas favoráveis ao governo condenem as medidas do ajuste fiscal propostas pelo mesmo governo.Perguntar-se-ia:os manifestantes querem ajudar ou sabotar o governo que defendem? Ou simplesmente, desprezam a realidade ao ponto de negá-la, o que encarcera a solução da crítica situação ao jugo da insanidade ideológica ,o que ao invés de abrir horizontes, os fecha?
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