Para saber mais sobre o uso das tornozeleiras eletrônicas, o Fantástico foi a Curitiba, onde dez presos da operação Lava Jato vivem, atualmente, em casa e sob a vigilância da Justiça.
Todos são obrigados a usar a tornozeleira eletrônica 24 horas por dia. Não tiram para dormir e nem para tomar banho. A gente mostra agora, em detalhes, como é feito esse monitoramento à distância.
É em uma sala, em Curitiba, que 15 mil presos espalhados pelo Brasil são monitorados 24 horas por dia. Todos eles estão fora da cadeia e usam tornozeleira eletrônica, um equipamento que obriga a pessoa a ficar numa área restrita determinada pela Justiça. Toda vez alguém não cumpre as regras, recebe uma ligação.
“A gente percebe que são números, não são nomes de pessoas. Quem tem acesso a esses dados, os nomes das pessoas, é a Secretaria de Segurança ou a Secretaria de Justiça ou da administração penitenciária. Ou mesmo a Justiça. Para nós não interessa se é o José, se é o Ricardo ou o Pedro. Isso é apenas um código de monitoramento para a gente”, explica o empresário Sávio Bloomfield.
Entre tantos códigos, dez são de executivos e empresários denunciados na Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção dentro da Petrobras. Quem determina quais presos podem sair da cadeia e usar tornozeleira é a Justiça.
Fantástico: O tratamento é igual para todos?
Danilo Pereira Junior, juiz federal: Sim. Nós não estamos fazendo uso da tornozeleira pelo poder econômico ou pela condição social do preso.
Danilo Pereira Junior, juiz federal: Sim. Nós não estamos fazendo uso da tornozeleira pelo poder econômico ou pela condição social do preso.
Fantástico: As pessoas reclamam no início?
Danilo Pereira Junior: Alguns reclamam porque, claro, é um corpo estranho, algo que começa a incomodar.
Danilo Pereira Junior: Alguns reclamam porque, claro, é um corpo estranho, algo que começa a incomodar.
A tornozeleira eletrônica é a mesma usada pelos delatores da Lava Jato. O Fantástico vai fazer um teste. Uma delas foi programada para ser acionada caso a pessoa saia do prédio. Então, a equipe vai até lá embaixo, na esquina, para ver como funciona todo esse sistema.
A equipe ainda está dentro da área dos 30 metros que os técnicos programaram a tornozeleira eletrônica. No telão aparece tudo verde.
Esse é o limite. Mas, se andar um pouquinho mais, passar dos 30 metros, a tornozeleira vibra e emite um sinal sonoro bem discreto, quase imperceptível.
“Um pouco menos grave vai aparecer uma violação amarela”, explica o empresário.
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