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quarta-feira, 3 de junho de 2015

DEU NO JORNAL DA BESTA FUBANA

MADAME BUCET

Conta meu colega de escritório, Dr. Djacy Véras, ardoroso defensor e preservador da cultura nordestina, uma história que leu em algum livro lá pras bandas de Afogados da Ingazeira.vlv
Zé de Cazuza, poeta repentista e violeiro paraibano do Cariri Oriental, acompanhava o já consagrado Josué de Castro, médico, nutrólogo, professor, geógrafo, cientista social, político, escritor e ativista brasileiro que dedicou sua vida ao combate à fome.
Josué de Castro voltava do exílio, depois de vários anos morando na Europa e norte da África, e trouxe consigo um casal de franceses, amigos e intelectuais professores de Sorbone e Mompellier.
Para impressionar os visitantes, Castro resolveu mostrar o melhor das expressões culturais e folclóricas da sua terra aos franceses, Gérome Antonie Bucet e Madaileine Clarie Bucet, que depois de percorrerem a região dos Cariris Velho foram conhecer na cidade de Sumé, uma noite de poesia e viola no melhor estilo nordestino, ou “pé de parede” onde a cantoria discorria sobre variados temas: fome, sofrimento, bravura, fé, sertão, saudade, e por ai vai.
Lá pelas tantas a cantoria corria solta noite a dentro, quando Zé de Cazuza, pra lá de “queimado”, resolveu, a pedidos, quase que desafiado na obrigação de prestar homenagem à ilustre presença de madame Bucet, fazer um verso improvisado.
E ele, não se fazendo de rogado, se saiu com esta:
“Vou convidar Madame Bucet
Uma distinta pessoa
Desculpe o pobre poeta
Meu repente minha loa
Mas, seu nome tira um fino
Numa coisa muito boa”

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