O MÉDICO PORTUGUÊS
ADAPTAÇÃO: ALOISIO GUIMARÃES
Depois de muito sacrifício, o jovem Manuel Costa, um português morador no Olhão, cidade da região turística do Algarve, conseguiu se formar em medicina.
Sabedor que o governo brasileiro havia implantado o programa “Mais Médicos”, Dr. Manuel, resolveu “matar dois coelhos com uma cajadada só”: conhecer o Brasil, sonho que tinha desde “miúdo” (“criança”, lá em Portugal) e exercer a medicina. Assim, com a ajuda dos pais, comprou uma passagem aérea e veio para o nosso país.
Ao chegar ao Brasil, Dr. Manuel foi contratado, com salário integral, diferente dos médicos cubanos, que recebem muito pouco, apesar de terem o mesmo salário, já que a maior parte do dinheiro vai para a “revolução”...
Com tudo regularizado, o jovem médico foi escalado para clinicar no povoado “Santo Antônio” (antigo “Gavião”) situado entre as cidades de Palmeira dos Índios e Igaci.
Depois de ser recepcionado com pompas, Dr. Manuel foi conhecer o Posto de Saúde, onde deveria atende a população carente do local, e logo deixou tudo arrumado para começar a trabalhar.
No dia seguinte, ao chegar para o seu primeiro dia de trabalho, ele se deparou com uma enorme fila de doentes, prontos para serem atendidos. Depois de colocar seu jaleco, Dr. Manuel colocou o estetoscópio no pescoço (todos os médico fazem isto), sentou atrás da mesa e pediu à atendente para mandar entrar a sua primeira paciente... Entrou um jovem, trazendo nos braços o seu filhinho de três anos, “queimando” de febre. Assim que a mulher sentou à sua frente, Dr. Manuel perguntou:
- Rapariga, quem está doente, você ou este puto?
- Rapariga uma porra! Além disso, fique o “sinhô” sabendo “qui” meu “fio” não é “ninhum” puto!
Dr. Manuel ficou surpreso com a reação da mulher e, como tinha gente na fila esperando para ser atendido, ele apontou na direção onde estava Zé "Tripé", um afrodescendente de dois metros de altura por um metro e meio de largura, e disse à mulher:
- Ora, pois, pois! Por favor, vá comer um "cacetinho" e depois fique atrás dessa "bicha", pois primeiro vou estar a lhe aplicar uma “pica no cu”...
Foi a gota d’água que faltava! Daí pra frente, o Dr. Manuel ficou impossibilitado de falar, ficou com amnésia e voltou para sua terra natal.
OBSERVAÇÃO: Em Portugal: "rapariga" é “moça”, "puto" é “menino”, "cacetinho" é "pão", "bicha" é “fila” e "pica no cu" é “injeção na bunda”.
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