A Promotoria francesa disse nesta quinta-feira (26) que o copiloto do avião da Germanwings que caiu na terça-feira (24) nos alpes franceses tomou o controle da aeronave e parece ter derrubado o avião de maneira deliberada. Segundo a autoridade, ele estava vivo e respirando até o momento em que a aeronave bateu nas montanhas.
O promotor de Marselha, Brice Robin, afirmou em uma entrevista coletiva que os registros de áudio mostram que um dos tripulantes deixou a cabine, e que o copiloto se recusou a reabrir a porta para a volta do piloto.
Ele também afirmou que o copiloto acionou o mecanismo de descida do avião de maneira voluntária quando estava sozinho na cabine. Não houve alerta de emergência vindo do avião, segundo Robin.
Ainda de acordo com Robin, os sons da caixa-preta dão a entender que o copiloto estava bem e não parecia ter sofrido nenhum problema de saúde, como um AVC. Ele disse que só nos últimos minutos da gravação se ouvem gritos dos passageiros.
Nesta quarta, uma fonte militar próxima das investigações disse sob anonimato ao jornal “New York Times” que a gravação da caixa preta indica que um dos pilotos teria ficado trancado para fora da cabine e não teria conseguido voltar.
A fonte disse que a gravação indica que no começo do voo os dois pilotos conversavam de maneira tranquila e que depois um deles teria saído da cabine e não teria conseguido entrar de volta.
"O homem do lado de fora bate levemente na porta da cabine e não há resposta. Depois bate mais forte e sem resosta. Nunca há uma resposta", diz a fonte. Também seria possível escutar ele tentando arrombar a porta.
Segundo a promotoria francesa, a interpretação mais plausível dos dados obtidos até agora aponta que o copiloto deliberadamente se recusou a abrir a porta da cabine para a volta do piloto.
Com os dados que a investigação tem até agora, não se pode falar de suicídio, segundo o promotor, que reforçou que todas as informações são preliminares e que as investigações continuam.
O copiloto do avião havia sido contratado em setembro de 2013 e tinha 630 horas de voo de experiência, informou a Lufthansa à AFP. Já o piloto do Airbus A320 tinha 10 anos de experiência e mais de 6.000 horas de voo, segundo a Germanwings. Ambos eram alemães.
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