No auge da crise do mensalão, em 2005, quando algumas vozes da oposição começaram a cogitar o impeachment do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, líderes do PT reagiram de forma rápida e incisiva. Afirmaram que, caso alguém arquitetasse a derrubada de Lula, o partido colocaria milhares nas ruas para defendê-lo. Àquela altura, com base no histórico de mobilização do PT, os oposicionistas se contiveram. O poder de agitar as massas era exclusivo dos petistas desde o “Fora Collor”, em 1992, e do “Fora FHC”, sete anos depois. O mensalão foi a primeira grande crise do PT desde que a sigla chegou ao poder, em 2002. A segunda foi em 2013, quando uma onda de manifestações derrubou a popularidade de vários governantes brasileiros, entre eles a presidente Dilma Rousseff. O ano de 2013 mostrou algo novo: o povo estava nas ruas, mas não por obra do PT.
A terceira crise explodiu na semana passada e traz outra novidade. O país se mobilizou, as ruas explodiram com a maior manifestação desde a campanha pelas eleições diretas, em 1984 – e a mobilização não apenas não era convocada pelo PT, como mostrava uma enorme rejeição ao partido. Ao longo da semana, as investigações da Operação Lava Jato, que até então atingiam principalmente as siglas da base aliada, chegaram ao coração do PT. Pela inabilidade política de seus líderes, como o ministro Aloizio Mercadante, as relações com o Congresso se azedaram ainda mais. A soma de tudo isso – ruas, Congresso, força-tarefa da Lava Jato – mergulhou o PT naquela que é provavelmente a maior crise de sua história.
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