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sábado, 27 de dezembro de 2014

UM TEXTO DE JORGE OLIVEIRA


Mede-se um líder pela escolha dos seus liderados. Pois bem, Dilma mostra aos brasileiros a sua minúscula estatura como governante quando escolhe um ministério medíocre, recheado de gente pendurada na Justiça e políticos desempregados. A escolha do deputado federal George Hilton (PRB-MG) para ministro chega a ser um ato ignóbil.  Escolhido para o Ministério do Esporte, Hilton é um cara manjado da Polícia Federal e da Receita, onde tem dívidas pendentes. O deputado foi detido pela PF no aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, com notas de 600 mil reais dentro de onze caixas. Em pleno mensalão, alegou na época, em 2005, que era dinheiro dos fiéis da Igreja Universal.
 Dilma – que já quebrou uma loja de R$ 1,99 em Porto Alegre quando esteve à frente do negócio – mostra mais uma vez a sua inépcia administrativa. Com a escolha de Hilton para o Ministério do Esporte,  às vésperas dos jogos Olímpicos, despreza todo o trabalho da Pasta para satisfazer grupelhos políticos, mesmo que isso acarrete danos irreparáveis a imagem do Brasil lá fora. Dilma quer formar um governo de coalização para deter a ameaça de impeachment, depois que foi responsabilizada pela compra da refinaria de Pasadena quando esteve à frente da presidência do Conselho da Petrobrás.
 No momento em que o país precisa mostrar ao mundo que está preparado para os jogos Olímpicos, a presidente desarruma um trabalho de anos. Arranca do seu baú um tal de George Hilton, parlamentar obscuro, mala preta da Igreja Universal, para coordenar os trabalhos do maior evento do planeta.  Sequer a atividade do deputado na Câmara guarda qualquer semelhança com o esporte. Ele é coordenador da Frente Parlamentar do Combate ao Roubo de Cargas.
 Se é este senhor George Hilton que vai representar o Brasil de hoje por diante nas discussões das Olímpiadas, que me desculpem o desabafo: estamos no fundo do poço. O Brasil não pode ser levado a sério, quando um deputado, caixeiro viajante de igreja,  recomeça do zero os trabalhos de organização dos jogos Olímpicos, um dos eventos mais importantes da terra, com o currículo de Coordenador da Frente Parlamentar ao Roubo de Carga.
 O ministério que a Dilma escolheu para começar seus trabalhos do segundo mandato em 2015 é o pior da história do Brasil. Nem o Collor, com a primeira escolha dos seus auxiliares, conseguiu tal proeza. Com exceção de alguns, é uma composição para atender legendas de aluguel e aproveitar políticos que não foram legitimados nas suas bases pelo voto. Na área econômica, o caso é mais sério ainda. Os nomes foram impostos pelo sistema financeiro. O ministro da Fazenda Levy Fidelis e seus principais auxiliares saíram das baias do Bradesco, que agora, finalmente, inaugura uma de suas filiais, a mais importante, dentro do Palácio do Planalto.
 A pergunta é: que diabos faz essa tal de ABIN que não assessora a presidente em casos de escolhas dos nomes para os ministérios? Ou será que essa agência só serve para bisbilhotar a vida dos brasileiros que vão às ruas pedir o impeachment da presidente? Oriunda do  SNI, o antigo serviço de informação da ditadura militar, a ABIN quando aparece nos noticiários é só para justificar o volume astronômico de despesas que faz  para que o órgão (inútil) mantenha-se de pé.

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