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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

JURANDIR BOZO, MAIS LÚCIDO QUE NUNCA...

Compartilho aqui uma postagem que fiz em minha pagina sobre o que penso da atual situação da cultura e da indicação da Secretaria de Cultura do nosso Estado.
A Cultura Alagoana hoje? Ou a cultura Maceioense...
(Comentando os últimos acontecimentos )
Pão de Açúcar 25/12/2014
Sempre no final do ano fica um clima de auto reflexão, as pessoas tendem a fazer uma retrospectiva do ano que esta por se findar, e é bom fazermos sempre essa reflexão e analisarmos bem nossas conquistas e derrotas...
Esse final de ano em especial é ano de sucessão governamental em nosso Estado de Alagoas, e a pouco o governador eleito fez o anuncio do seu secretariado gerando assim diversos comentários e outras tantas criticas e postagem de repudio em redes sociais mostrando descontentamento com alguns nomes anunciados pelo governador Renan Filho.
Até ai tudo bem, nada fora do esperado, porem, gostaria aqui de me ater a indicação da ex prefeita de Piranhas-AL Melina Freitas a Secretaria Estadual de Cultura, até porque esta um verdadeiro enxame sobre esse fato. Na verdade eu quero ir um pouco além da indicação da secretaria de Cultura, quero abordar a cena “Alagoana” de cultura como um todo.
A pergunta que faço é: Como esta nossa cultura? Será que sabemos de fato a realidade cultural de Alagoas? Não temos se quer um levantamento de potencialidades culturais, onde poderíamos inventariar e mapear nossa cultura de forma mais profunda e responsável. Pensando assim ainda pergunto: Será que pensamos cultura para todo Estado? Ou planejamos a cultura Alagoana apenas para algumas poucas cidades...? Como geri uma empresa sem saber se quer o seu patrimônio real?
Vou a outro ponto... Se cogitou a extinção da Secretaria Estadual de Cultura, a classe até tentou uma pseudo mobilização, centralizada em alguns poucos que faziam a cultura na capital (fato até esperado por mim), mas se tentou fazer algo afim inclusive de se indicar nomes ao futuro governador... – Gente pelo amor de Deus... Não sejamos inocentes, crer que ao apagar das luzes a cena desarticulada durante todo processo politico, que ficou omissa pelas mais diversas questões, iria do nada ser atendida em seu pedido... Piada né...?
Nos artistas precisamos nos posicionar com antecedência, usar do fato que somos sim formadores de opinião e de forma organizada e em tempo hábil nos articularmos com os partidos e movimentos sociais afim de termos voz ativa nas decisões futuras...
Agora, mais uma vez, estamos no escuro a especular sobre o futuro, somos passageiros numa viagem sem itinerário e cujo o motorista certamente não conhece a estrada que nos leve a soluções afirmativas para as politicas publicas voltadas a cultura.
Tenho algumas reservas a ultima gestão no nosso Estado, mas não posso ser irresponsável a ponto de não reconhecer os avanços que o senhor Osvaldo Viegas promoveu como gestor. Os programas de auxílio as bibliotecas publicas, o desenvolvimento de ações voltadas a atender as orientação do MINC para adesão do sistema nacional de cultura, e uma gestão burocrática, mas responsável, nos deu a ideia do que podemos alcançar se estivéssemos mais organizados e articulados quanto classe.
Eu não estou preocupado com a indicação do secretario, minha preocupação é com a indicação de sua equipe de trabalho.... Quem irá para a DITEAL? Quem será diretor artístico do Teatro? Será que o Deodoro Continuará aberto aos fazedores da verdadeira cultura local? Ou voltará a ser um hospedeiro de eventos? E as diretorias internas, que formulam as politicas culturais do nosso Estado...? A superintendência de Fomento e Apoio à Produção Cultural ? Superintendência de Formação e Difusão Cultural? O Pró-Memória? O MISA? Sei muitas dessas diretorias precisam tanto de mais apoio, como de mais resultados para que possamos e entender sua importância. Mas serão esses nomes que de fato poderão fazer a coisa andar...
Nessa atual conjuntura eu vejo algo até certo ponto positivo, hoje teremos uma Secretaria que tem poder politico, influencia junto ao governador... E isso pode ser bom para todos nos que fazemos cultura. Hoje vivemos uma realidade diferente, onde acredito que temos um bom gestor, mas que não mobiliza a classe como deveria e não consegue maiores avanços por falta de maior articulação politica com o governador e para o governador e assim conseguir convence-lo, por exemplo, de aumentar a verba da secretaria, maior quantidade de publicações de autores locais através de edital e tendo o apoio da gráfica oficial do Estado. Ou mesmo o próprio levantamento de potencialidades, ou o inventario cultural de nosso Estado.
Não seria essa a hora de reconhecermos as nossas falhas e por consequência as nossas limitações e assim tentarmos articular algo para que a realidade vivida se aproxime dos sonhos ideais que vislumbramos para nossa cultura? Tentar negociar as indicações técnicas ou opinarmos sobre os caminhos das politicas publicas culturais que serão implantadas não seria até certo ponto uma vitória? Vamos nos enxergar ainda como “ilustres desconhecidos”, pois ainda lutamos por formação de publico, e muitos dos nossos grandes artistas da atualidade são figuras desconhecida do grande publico Alagoano.
Somos uma terra de protagonistas... Vejamos a historia do Brasil e certamente isso será constatado... Não seria a hora de despirmos das armaduras das vaidades para juntos, recolhermos os cacos de nosso orgulho mais uma vez quebrado, ferido, e usando a arte da reciclagem, criar um mosaico Azul, Branco e Vermelho, envolvendo as mais diversas mãos das mais diversas manifestações culturais onde Alagoas possa se enxergar em toda sua diversidade e genuinidade cultural.

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