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sábado, 30 de agosto de 2014

UM TEXTO DE NELSON MOTA

COMO UMA ONDA

Nelson Motta
Os marqueteiros sempre dizem que o eleitor vota mais levado pela emoção do que pela razão, e Marina Silva não precisou de uma campanha de marketing para provar que eles estão certos.
Entre os 70% dos que estão insatisfeitos e querem mudanças, boa parte está encontrando nela uma esperança que, apesar de seu passado petista e da senilidade do PSB, não tem o ranço partidário que nauseia o eleitor. Ninguém é bobo bastante para acreditar numa “nova politica”, mas qualquer coisa diferente da atual já seria um grande avanço.
Ao reconhecer os méritos e as conquistas dos governos FH e Lula e se apresentar como uma terceira via para a polarização PT x PSDB, que divide e atrasa o país, Marina atinge em cheio o eleitor que quer mudanças feitas por alguém com autoridade, legitimidade, honestidade e competência.charge-dilma
Muito dificilmente, ela terá condições políticas para fazê-las, mas quem acredita que Dilma ou Aécio terão, com os seus partidos carcomidos e suas tropas políticas destruindo e sabotando uns aos outros?
Para quem não aguenta mais ter que escolher entre o preto e o branco, Marina oferece a opção de 50 tons que vão do verde ao vermelho, passando pelo azul.
Se a onda crescer e for eleita com uma votação avassaladora, Marina certamente receberá ofertas de apoio de todos os lados, querendo participar do poder, com as melhores ou piores intenções, e poderá escolher para seu governo os mais competentes dediversas filiações partidárias.
OK, é um sonho, todos sabem que esse papo de governo de união nacional é furado, porque eles gostam mesmo é de partilhar o butim do presidencialismo de cooptação, mas, com Marina poderosa e uma eventual pressão da opinião publica, que os políticos tanto temem, talvez tenhamos alguma chance de virar o jogo.
Enquanto isso, insones e febris, marqueteiros petistas e tucanos e blogueiros de aluguel quebram a cabeça para encontrar uma forma de desconstruir Marina, garimpando, ou inventando, algo de podre na sua vida pública ou privada.
De certo, só que nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará. Quem viver verá.

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