PELÓPIDAS SILVEIRA
Por: » MAURÍCIO MALTA – engenheiro civil.
Carlito Lima e Pelópidas Silveira - Lançamento do livro, CONFISSÕES DE UM CAPITÃO no Recife - 2002
Pelópidas Silveira foi prefeito do Recife por três vezes. A primeira em 1946, por nomeação, a segunda em 1955 e seu terceiro mandato, em 1963, foi destituído
pelo governo militar no ano seguinte.
Seu segundo mandato foi marcado pela reforma do centro de Recife, com a abertura das avenidas Conde da Boa Vista e Dantas Barreto e pela vinda, de Boston, dos ônibus elétricos.
Convencido de que o povo é que conhece suas necessidades, ouvia-o em audiências públicas. Dizia que obras da cabeça de políticos ou tecnocratas nem sempre correspondem aos anseios da população.
Pelópidas passou nove meses preso em abril de 1964. Em liberdade, passou a sofrer da síndrome que acometeu vários cassados: a falta de emprego. Então, por indicação de um amigo, passa a resolver problemas de fundações na Pib Gás, empresa italiana que explorava o comércio de botijões de gás. Provado no trabalho, acabou sendo contratado depois que a Pib Gás passou para o controle do Grupo Edson Queiroz. Em razão do emprego, passa a se deslocar com frequência, supervisionando as unidades de Empresa.
Conheci Pelópidas em uma de suas vindas a Alagoas. Tornamo-nos amigos e ele, sempre que vinha a Maceió, avisava, convidando-me para jantar.
Numa dessas ocasiões, perguntou-me por um certo Tenente Lima, que conheceu enquanto esteve preso. Só pode ser o Carlito, pensei. Marcamos, então, o reencontro.
Na tarde do mesmo dia, Pelópidas foi recebido em audiência pelo então governador que, interrompendo um ato que presidia, e anunciou aos presentes: “adentra o salão de despachos um ilustre político pernambucano, foi vice governador e, por três vezes, prefeito de Recife. Sua vida é uma referência de dignidade, de coerência política e resistência democrática. Meu ídolo de homem público. Dr. Pelópidas Silveira, bem-vindo a nossa casa!”.
À noite, entre drinques, tira-gostos e piadas, Carlito conta suas aventuras de tenente do IV Exército, quando conheceu os perigosos subversivos aprisionados no corpo da guarda e se tornou amigo deles. A uns, livrou da solitária; a outros, mandou para a enfermaria e tranquilizou familiares acerca de boatos. Pagou caro por seu gesto humanitário e foi transferido para a fronteira amazônica.
E a conversa corria em torno da mesa do restaurante, quando se aproxima de Carlito um assessor palaciano perguntando-lhe ao ouvido: como é mesmo o nome do ex-prefeito de Pelotas? Gargalhadas ressoaram.
pelo governo militar no ano seguinte.
Seu segundo mandato foi marcado pela reforma do centro de Recife, com a abertura das avenidas Conde da Boa Vista e Dantas Barreto e pela vinda, de Boston, dos ônibus elétricos.
Convencido de que o povo é que conhece suas necessidades, ouvia-o em audiências públicas. Dizia que obras da cabeça de políticos ou tecnocratas nem sempre correspondem aos anseios da população.
Pelópidas passou nove meses preso em abril de 1964. Em liberdade, passou a sofrer da síndrome que acometeu vários cassados: a falta de emprego. Então, por indicação de um amigo, passa a resolver problemas de fundações na Pib Gás, empresa italiana que explorava o comércio de botijões de gás. Provado no trabalho, acabou sendo contratado depois que a Pib Gás passou para o controle do Grupo Edson Queiroz. Em razão do emprego, passa a se deslocar com frequência, supervisionando as unidades de Empresa.
Conheci Pelópidas em uma de suas vindas a Alagoas. Tornamo-nos amigos e ele, sempre que vinha a Maceió, avisava, convidando-me para jantar.
Numa dessas ocasiões, perguntou-me por um certo Tenente Lima, que conheceu enquanto esteve preso. Só pode ser o Carlito, pensei. Marcamos, então, o reencontro.
Na tarde do mesmo dia, Pelópidas foi recebido em audiência pelo então governador que, interrompendo um ato que presidia, e anunciou aos presentes: “adentra o salão de despachos um ilustre político pernambucano, foi vice governador e, por três vezes, prefeito de Recife. Sua vida é uma referência de dignidade, de coerência política e resistência democrática. Meu ídolo de homem público. Dr. Pelópidas Silveira, bem-vindo a nossa casa!”.
À noite, entre drinques, tira-gostos e piadas, Carlito conta suas aventuras de tenente do IV Exército, quando conheceu os perigosos subversivos aprisionados no corpo da guarda e se tornou amigo deles. A uns, livrou da solitária; a outros, mandou para a enfermaria e tranquilizou familiares acerca de boatos. Pagou caro por seu gesto humanitário e foi transferido para a fronteira amazônica.
E a conversa corria em torno da mesa do restaurante, quando se aproxima de Carlito um assessor palaciano perguntando-lhe ao ouvido: como é mesmo o nome do ex-prefeito de Pelotas? Gargalhadas ressoaram.
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