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sexta-feira, 27 de junho de 2014

UM TEXTO DE ALBERTO ROSTAND

CANTANDO O HINO À CAPELA...


Alberto Rostand Lanverly
Membro das Acadêmias Maceioense e Alagoana de Letras e do IHGAL
           
            O Brasil é um país de fato abençoado. Tire-se o chapéu a nosso povo que trás no sangue a miscigenação de todas as raças e no coração a força de diferentes credos. Graças à imensidão de seu território, quase continental, possui variadas formas de falar, embora sabendo entender inúmeros sotaques e, como ninguém, conviver com todos os climas, por possuir a seu dispor, desde o deserto do Saara na aridez nordestina, até o gelo Siberiano nas terras gaúchas, sem esquecer os rios, o oceano, as florestas, os lagos e lagoas, a cada dia mais surpreendentes por suas inigualáveis belezas.
            Com este costume de grandeza, o povo brasileiro recepciona o Campeonato Mundial de Futebol dando lições ao planeta não somente de como se deve amar sua seleção, fato externado, ao início de cada jogo, quando com a mão direita espalmada ao peito todos cantam, emocionados, o hino nacional a capela, mas, principalmente, como se deve portar ao anfitrionar as melhores seleções do mundo.
            Segundo expressa a canção da copa, “mostra a sua força Brasil e amarra o amor na chuteira”, a quase totalidade dos filhos desta terra tem feito da nação sua bandeira, aplaudindo e vibrando tanto com Neymar, Felipão e os demais integrantes de nossa constelação de astros que, em algumas oportunidades jogam bem, em outras nem tanto, mas sempre se esforçando para marcarem seus nomes no simbólico bronze da história do esporte bretão, igualando-se às grandes vitorias e aos gols espetaculares, como o do PitBull mordedor uruguaio Suarez sobre a Inglaterra e do australiano Cahill batendo o goleiro holandês. As derrotas também têm seu valor. Quando da segunda débâcle da Espanha, ao deixar o campo de jogo, olhando para o semblante do exuberante Iniesta, tive a impressão de que a palavra eliminado, cantada em coro nas arquibancadas do Maracanã, parecia passar correndo nos seus ouvidos, enquanto um suor gélido era gerado em suas axilas e escorria, até parar na cintura do calção, caracterizando o definitivo adeus ao torneio.
            A beleza das torcidas, vindas de todos os continentes sempre como coadjuvantes, empresta um colorido especial aos anfitriões brasileiros, estabelecendo um conjunto, que de longe se assemelha a um céu iluminado de pontinhos, uns juntos dos outros, parecendo estar, naquele momento, a chover estrelas de todas as cores: azuis, vermelhas, verdes, amarelas e até brancas. É à força da paixão pelo esporte unindo os povos, apesar dos interesses conflitantes.
            As pancadas recebidas em campo, pelos jogadores, quando tratadas com água gelada que parece colocar fogo nos cortes e hematomas a que se destinam, ficam imediatamente curadas, possibilitando, ao quase moribundo, retornar ao campo de guerra em busca de seu objetivo que é a bola. Liquido abençoado, talvez milagrosamente ungido pelos deuses do esporte.
            Sensacional, a Copa do Mundo de Futebol no Brasil. Três jogos já foram. Que venha o Chile. Vamos botar fé no Fred, que quando parece estar caído sempre levanta, ajudando o Brasil a vencer... Tudo está dando certo na caminhada rumo ao hexa.

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