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domingo, 6 de abril de 2014

Riachos perdem função social e viram esgotos a céu aberto em Maceió População é obrigada a conviver com uma série de problemas causados pelas águas contaminadas - GAZETAWEB


O que antes era fonte de sobrevivência se transformou em um problema para a população da capital alagoana. Os riachos urbanos viraram verdadeiros esgotos a céu aberto. A água transparente deu lugar a um caldo grosso e escuro, de onde sai um forte odor. Os peixes desapareceram e foram substituídos por lixos e dejetos. Esses pequenos rios agonizam, mas ainda não morreram, dizem os especialistas. O fato é que eles não têm mais uma função social, pelo contrário, tornaram-se sinônimos de transtornos e de poluição das praias e lagoas.

Maceió conta com 16 riachos urbanos considerados relevantes pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA). A maioria deles não tem, sequer, a nascente geograficamente localizada pelos órgãos ambientais e, os que têm, já se misturam com a sujeira poucos segundos depois de iniciarem o percurso pelos bairros, virando esgotos. "A contaminação acontece quase de imediato", destaca o diretor técnico do IMA, Ricardo César.



O GIGANTE 

O maior e também mais conhecido riacho da capital é o do Reginaldo, popularmente chamado de Salgadinho. Ele nasce na Santa Lúcia e percorre 12 bairros até chegar à Praia da Avenida, onde despeja toda a sujeira, tornando-a imprópria para banho.

Com duas cabeceiras situadas na parte alta da cidade, sendo uma apontada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e uma pela Prefeitura de Maceió, o Salgadinho tornou-se um extenso problema urbano. E não é preciso ir muito longe para perceber. Basta cruzar as muitas ruas e avenidas por onde ele passa.

A dona de casa Josefa Júlia da Conceição, de 47 anos, que reside próximo ao início do percurso desse riacho, é só reclamação. Além do forte mau cheiro com o qual tem que conviver, bichos como ratos, baratas e escorpiões colocam em risco a saúde dela e de toda a família. Quando chove, a situação fica ainda pior, pois o Salgadinho transborda e alaga a rua em que mora, espalhando sujeira e larvas pelas casas.

“Tem muito bicho por aqui e nós temos que estar atentas, principalmente, por conta das crianças. Minha vida é lavar o chão e arrastar os móveis para que fique tudo limpo, mas quando chove fica difícil. Alaga tudo e umas larvas pretas começam a subir pelas paredes e a atenção tem que ser redobrada", afirma a moradora.



 

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